ATA DA OITAVA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 11-4-2007.

 


Aos onze dias do mês de abril do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e nove minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, DJ Cassiá Gomes, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maristela Meneghetti, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme acordado entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº 003/07, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, João Antonio Dib, Nilo Santos, Sebastião Melo, Margarete Moraes, Sofia Cavedon, Claudio Sebenelo e Elói Guimarães e encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos Comassetto e Haroldo de Souza. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, dos Vereadores Carlos Alberto Dall Agnol e Valdir Gaz, da Câmara Municipal de Paulo Bento – RS –, Elves José Palkewich e Fernando Diniz Pompermaier, da Câmara Municipal de Paulo Bento – RS –; do Deputado Estadual Marquinho Lang e do Coronel Sérgio Pastl, do Comando de Policiamento da Capital. Em continuidade, foram apregoadas as seguintes Emendas: de nº 02, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 234/05 (Processo nº 4884/05); de nº 03, de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05 (Processo nº 1620/05). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando votação em destaque para todas as Emendas ao Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 023/06 (Processo nº 4412/06). Ainda, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Sebastião Melo, Luiz Braz e João Antonio Dib, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca do número de votos necessários para a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05 e informou que a Procuradoria desta Casa seria consultada a respeito do assunto. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria dos Vereadores Adeli Sell e José Ismael Heinen, solicitando que as Emendas nos 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05, sejam dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes, tendo a Senhora Presidenta, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Nereu D'Avila, prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05, o qual obteve dezoito votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, Carlos Comassetto, Aldacir Oliboni, José Ismael Heinen, Sebastião Melo, Nilo Santos, Luiz Braz, Guilherme Barbosa, Elói Guimarães, Sofia Cavedon, Neuza Canabarro, Clênia Maranhão, Carlos Todeschini, Adeli Sell, Maria Luiza e Maria Celeste e encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Professor Garcia, Elói Guimarães, Maria Celeste e Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano, votação esta declarada nula pela Senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05, os Vereadores Haroldo de Souza e Claudio Sebenelo cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Sebastião Melo e Luiz Braz. Também, o Vereador Luiz Braz manifestou-se acerca do teor do pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa, na Discussão Geral do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05. Ainda, foi apregoado Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, entendendo ser necessário o voto favorável da maioria absoluta dos Vereadores desta Casa para a aprovação do Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05. Às dezenove horas e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Há quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Registramos as presenças do Sr. Carlos Alberto Dall Agnol, Vereador do PT, e Valdir Gaz, Vereador do PDT, ambos do Município de Paulo Bento. Sejam bem-vindos.

Em votação o Requerimento, de autoria das Lideranças da Casa, para a apreciação das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: PDL nº 003/07; PLL nº 234/05, com Emenda nº 01; PLL nº 079/05, com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01; PLL nº 078/06, com Emendas nºs 01 a 03; PLL nº 014/06; PLL nº 184/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1858/07 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 003/07, de autoria da Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal a ausentar-se do País, de 17 a 23 de abril de 2007, para viajar a Miami (Estados Unidos).

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 11-04-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PDL nº 003/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. ADELI SELL: Cara Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras, colegas Vereadores; senhoras e senhores; componentes da nossa Brigada Militar, nós temos obrigação de fazer algumas ponderações sobre a viagem do nosso Prefeito, porque nós aprovamos várias viagens do Sr. Prefeito, que tem viajado para vários cantos do planeta. Agora, nós precisamos que o Prefeito esteja mais presente na Cidade. Esperamos que, com essa viagem, ele se revigore e traga boas experiências de outros lugares, porque talvez ele veja que em outras cidades têm conteinerização do lixo, que as ruas são limpas, os saquinhos não ficam pendurados nos postes, espalhados pelas ruas, que nas outras grandes cidades tem horário para recolher lixo, não como aqui. Por exemplo, no Bairro Tristeza, disse o Ver. Guilherme Barbosa, da minha Bancada, que o lixo era recolhido às 8h30min, agora, às vezes, às 11h - aí já é uma grande vantagem -, mas normalmente é às 16 horas e, às vezes, passa à noite, quando ninguém avisou que mudou o horário de recolhimento. Mas não só no Bairro Tristeza é assim; também na Lomba do Pinheiro, na Quinta do Portal, quando deveria passar às 9h. No dia em que estive na Quinta do Portal, eram 15h30min, e estava recém chegando o caminhão do lixo. Talvez o Prefeito também aprenda que é preciso ter roçadeiras e funcionários que possam cortar as gramas, porque o matagal está tomando conta das ruas de nossa Cidade.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Adeli Sell. Saúdo todos os presentes nesta Sessão e a assistência também das senhoras e senhores brigadianos.

Para corroborar com o seu pronunciamento em relação ao DMLU, Ver. Adeli, quero dizer que não existe nada mais degradante, não existe nada mais desgovernado do que o DMLU. Além de não ter mais rotinas, os funcionários das empresas terceirizadas tentam, em cada casa que recolhem o lixo em nossa Cidade, pedir contribuição, pedir gorjeta, e o fazem inclusive sob ameaça. Eu quero dizer que sou testemunha, porque fizeram isso comigo esta semana por duas vezes. E eles têm feito isso sistematicamente. Isso demonstra o total desgoverno que nós temos na Cidade, porque isso aí é inaceitável!

 

O SR. ADELI SELL: Bom que o Prefeito viaje, que tenha uma boa viagem, mas que cuide de deixar um recado muito claro para os seus Secretários, qual seja, que parem de brigar entre si, que façam a tarefa das suas Secretarias. Por exemplo, seria bom se ele avisasse o Secretário Beto Moesch, para, ao invés de fazer discursos, fazer uma visita, por exemplo, à noite, na Rua Marechal Floriano, que está uma balbúrdia. Quem sabe ele tenha a grandeza de fazer uma parceria com a Brigada Militar, coisa que ele não fez quando da visita ao Morro do Osso; pelo contrário, contrariamente a uma orientação do Major que comandava a Brigada Militar, na época, ele fez um confronto com os indígenas. Quem sabe o Prefeito possa deixar recados muito claros, muitos precisos, para cada um dos seus Secretários fazerem a coisa certa na cidade de Porto Alegre durante a sua ausência. Afinal de contas, serão seis dias que o Prefeito ficará fora. Eu espero que ele também traga não apenas coisas boas que ele verá lá fora, mas que nós tenhamos algum financiamento, algumas parcerias, pois, afinal de contas, viajar é bom, mas a viagem tem que ter um objetivo, e eu não vejo muito claramente os objetivos dessa viagem. Eu não sei o que aconteceu em Washington, o que aconteceu em Toronto, no Canadá, quando das viagens do Prefeito. Com todo o respeito que a autoridade máxima do Município merece, nós gostaríamos de ter respostas. Aliás, este Governo nunca responde as coisas que esta Casa pergunta, mas ele não perde por esperar. Repito: Não perde por esperar! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, sempre que um Prefeito Municipal viaja, nós, como Legisladores, temos obrigação de sabermos quais são os motivos, o que o Prefeito pode trazer, na verdade, de experiência, e o que essa viagem custa para os cofres públicos. Parece-me que essa viagem do Prefeito vai custar aos cofres públicos três diárias. Esse é o custo dessa viagem e, por isso, o Prefeito precisa pedir licença para a Câmara de Vereadores.

Eu tenho, na história desta Câmara, em Legislaturas passadas, votos contrários à viagem de Prefeito, Ver. DJ Cassiá, quando o Prefeito ia, por exemplo, assistir à Copa do Mundo em Saint-Denis, como foi o caso do Prefeito Raul Pont, pago com o dinheiro público. Tudo pago com o dinheiro público, quando foi assistir à Copa do Mundo em Saint-Denis. Para ainda acrescentar a isso, quando voltou de Saint-Denis, ele foi até a Venezuela e fez uma palestra, onde foi pago para fazê-la. Só que ele estava sendo patrocinado na sua viagem com o dinheiro público. Então é claro que, nessas oportunidades, eu votava contra as viagens do Prefeito, porque, afinal de contas, eu acredito que o cidadão porto-alegrense não estava sendo recompensado com a viagem que estava sendo feita.

O Ver. Todeschini, que sempre critica o Prefeito ou quem não seja do seu Partido, está sempre pronto para criticar, só que ele fez uma crítica que deve rever, dizendo que os garis estão indo às casas das pessoas para pedir colaboração, contribuição.

Marquinho Lang, é um prazer ter você aqui, meu querido, eu pediria que a presidência da Casa pudesse convidar o nosso querido Marquinhos Lang para poder adentrar o nosso plenário, porque é a presença do nosso Legislativo Estadual aqui na nossa Câmara Municipal. É um prazer receber você aqui.

Mas quero dizer a todos os Vereadores desta Casa e a todas as pessoas que estão assistindo agora a nossa TVCâmara que no governo de V. Exª, Ver. Carlos Todeschini, na minha casa e, talvez, na casa de muitas pessoas, o gari batia pedindo contribuição. Isso sempre aconteceu! E o Ver. Todeschini diz que é uma vergonha! Ora, vergonha é ele não ter conseguido corrigir quando era do Governo Municipal durante 16 anos. E ele não conseguiu corrigir isso durante o seu Governo, porque os garis têm esse tipo de comportamento, porque, é claro, não é novidade para ninguém que o gari ganha mal. Não é só aqui em Porto Alegre que o gari ganha mal, mas praticamente no mundo todo; deve ter algum lugar em que gari ganha bem, mas, aqui em Porto Alegre, o gari ganha mal; com toda a certeza o gari ganha mal. Então, por ganhar mal, ele tem que ir até as casas, bater, para pedir colaboração, mas isso não é agora, não é deste Governo. Quem acusar este Governo por estar existindo agora essa prática não está sendo honesto na sua acusação. Então eu pediria que, por favor, fosse revista essa acusação, porque, na verdade, esse é um defeito que todos os Governos, infelizmente, já tiveram. E o Governo do Fogaça também não conseguiu corrigir, porque, para corrigir isso, seria necessário que nós déssemos melhores salários para os garis, e isso, até pelo estado em que o Município se encontrou depois da Administração do PT, não foi possível. Os garis continuam ganhando mal assim como ganhavam mal no passado.

Com relação à viagem do Prefeito, nós aqui, Câmara Municipal, discutirmos, trazer à tribuna e cobrar do Prefeito que ele esteja pedindo três diárias para uma viagem ao Exterior, eu acho que é uma demasia.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

Deputado Marquinho Lang, receba a nossa saudação e seja sempre muito bem-vindo a esta Casa.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, eu acho que as autoridades viajarem é sempre uma escola, um aprendizado importante, e nós aqui nunca negamos a possibilidade de viagem de nenhuma autoridade. Agora, o que não é bom - e já se passam dois anos e meio de Governo - é a gente ver muito pouco resultado das viagens realizadas pelas autoridades e que foram aqui autorizadas. Eu não vi ainda, não obtive nenhum retorno concreto de nenhuma das viagens feitas pelo Prefeito, pelo Vice; quiçá elas estejam em fase final de amadurecimento, e os resultados venham aí. Agora, são dois anos e meio, e são várias viagens, diferentemente da viagem que fez o companheiro Raul Pont, quando foi a Saint-Denis intercambiar, por exemplo, a experiência do Orçamento Participativo, Ver. Adeli, e foi lá para, inclusive, mobilizar a Europa para vir aqui ao Fórum Social Mundial. Diferentemente do que ocorre agora, que o Fórum Social Mundial está muito distante de Porto Alegre, em prejuízo a toda a comunidade, em prejuízo ao Rio Grande do Sul e ao Brasil, em prejuízo ao turismo, em prejuízo à nossa Cidade, em prejuízo aos taxistas, em prejuízo a toda a economia; é muito diferente, Ver. Luiz Braz. E se o Prefeito Raul Pont foi assistir a um jogo de futebol, o fez com todo o direito, e o fez, inclusive, no papel de autoridade, porque lá estava para outras finalidades.

Agora, o que nós não podemos consentir é a ausência de Governo, a ausência de autoridade. Muito bem que o Prefeito Fogaça viaje, mas alguém tem que mandar nesta Cidade, porque ela está completamente descomandada. Vejam só: ontem à noite, às oito horas, eu estava me dirigindo para casa, quando recebi um telefonema dizendo que havia toda uma comunidade reunida aguardando a coordenação do Programa Integrado Entrada da Cidade, e a representação do Governo não compareceu, pela décima vez consecutiva talvez, deixando todas as pessoas desinformadas, inseguras e completamente sem perspectiva, porque o que estava em jogo era a discussão da sua moradia. Isso fez com que, hoje de manhã, nós tivéssemos que forçar uma audiência, e o fizemos em conjunto com o Ver. Comassetto, que é o Presidente da CEDECONDH, que trata também das questões da habitação.

E é, sim, desgoverno, Ver. Braz, os garis achacarem e ameaçarem as pessoas, as residências da Cidade - está aí o Décio, que me chamou para o lado e disse que a mesma coisa que aconteceu comigo aconteceu com ele há poucos dias, quando ele foi ameaçado - e outros casos.

As pessoas que trabalham no DMLU, que são de empresas terceirizadas, nem por isso são menos responsáveis, têm o dever de realizar e receber pelo trabalho que realizam, mas têm que cobrar das autoridades, cobrar da sua chefia e cobrar do Governo seus pagamentos, e não cobrar, de novo, do usuário, do contribuinte, inclusive sob ameaça. E isso tem acontecido sistematicamente, e demonstra o quê? Ausência de Governo, ausência de comando, descontrole total dessa Prefeitura.

Eu não vou dizer que isso não aconteceu em Governos passados, inclusive no nosso Governo, mas esse assunto sempre foi tratado como uma questão de orientação de Governo. Era terminantemente proibido funcionários pedirem, a título de gorjeta de Natal ou Páscoa, qualquer tipo de ajuda. Se alguém o fazia, era de forma desautorizada. O que a gente vê atualmente é o descontrole total e absoluto; talvez as autoridades do DMLU sequer saibam que isso aconteça. Talvez o Prefeito nem saiba, porque está tão distante da Cidade, viajando, que talvez isso nem faça tanta diferença.

Agora, que a Cidade se ressente, precisa de autoridade, precisa de Governo, está aí a prova todos os dias. E nós precisamos que a Cidade tenha Governo e que o Governo tenha Governo também, porque o desmando dos Secretários é uma coisa nunca antes vista.

Ontem nós tivemos a presença, na CECE, do Secretário da Juventude, e muitas explicações ficaram por ser dadas, porque as respostas que recebemos não foram suficientes. Por isto a Cidade precisa de Governo, porque ainda não tem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos, neste momento, na Câmara Municipal de Porto Alegre, discutindo a autorização para o Prefeito José Fogaça participar de um dos mais importantes fóruns mundiais do meio ambiente, o Green Forum. O Green Forum acontecerá desta vez nos Estados Unidos, numa atividade integrada com a nova Aliança das Américas, com a revista National Geographic, que, para quem não conhece, é uma das mais importantes publicações mundiais que tratam da questão ambiental.

E Porto Alegre está, inevitavelmente, de parabéns por essa possibilidade, porque, para esse Fórum, apenas uma Cidade latino-americana foi convidada a participar, e essa Cidade é Porto Alegre. E Porto Alegre vai, exatamente, estar presente nesse Forum pela competência, pela integralidade das suas ações, pelo compromisso com a política ambiental, pela preocupação com a redução dos danos provocados pelas políticas que depredam o meio ambiente. Porto Alegre foi convidada, e o Prefeito José Fogaça é o único Prefeito latino-americano presente a esse evento, e não irá apenas na condição de participante: ele é palestrante dessa importante reunião internacional.

Do Brasil foram convidadas duas pessoas: a primeira, a Ministra do Meio Ambiente, e a segunda pessoa, o Prefeito de Porto Alegre, na condição de palestrante, quando vai apresentar um painel que se intitula “Desenvolvimento Sustentável Urbano - Nossas Cidades e Nossos Negócios”.

É importante nós lembrarmos que a questão do aquecimento global se coloca hoje como um dos mais graves problemas, ou talvez o mais grave problema a ser enfrentado no século XXI. E é um evento como o Green Forum que se constitui uma possibilidade de realinhamento de forças políticas na direção da construção de novas matrizes energéticas, na construção de projetos ambientais que permitam o desenvolvimento sustentável de uma cidade.

Porto Alegre está de parabéns com essa participação, porque os projetos desenvolvidos pela Secretaria do Meio Ambiente, porque o Projeto Portais da Cidade são hoje avaliados internacionalmente como absolutamente adequados às exigências do movimento ambiental internacional.

Só para as senhoras e os senhores terem a idéia da importância, do significado desse evento, nós queríamos citar alguns dos seus participantes: estará presente o Barack Obama, que é candidato à presidência dos Estados Unidos; o ex-Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton; Robert Redford; inclusive o Al Gore, que hoje é um dos principais estimuladores da construção de uma política ambiental.

Isso acontece, Ver. Carlos Todeschini, porque Porto Alegre, ao contrário do que V. Exª diz, tem Governo, mas não apenas tem Governo, tem Governo presente, tem Governo competente, tem Governo socialmente e ambientalmente responsável.

E quanto ao Fórum Social Mundial, é muito bom lembrar que, apesar de todos os esforços que foram feitos, e que ainda estão sendo feitos pelo Prefeito José Fogaça, para que ele continue em Porto Alegre, as ações sectárias, individualistas, partidarizadas de alguns, não de todos, mas de alguns de seus membros, aos quais V. Exª inclusive se filia, é que fizeram com que Porto Alegre tivesse essa perda. Então, V. Exª é co-responsável por essa política estreita, sectária, que não se coaduna com o momento da sociedade, que exige pluralidade dos políticos, respeito às diferenças e exige que os interesses públicos sejam colocados acima dos mesquinhos interesses individuais e dos mesquinhos interesses partidários.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há poucos minutos eu falava que há dois caminhos: o certo e o errado. O Prefeito encaminha a esta Casa uma solicitação para que seja autorizado a viajar aos Estados Unidos, para fazer uma palestra e também tomar conhecimento de problemas que afetam toda a humanidade. Nós falamos em aquecimento global, ele vai lá colocar a posição dos brasileiros, ele vai lá ouvir a posição dos governadores americanos, ele vai buscar a solução para Porto Alegre.

Agora eu quero voltar a uma viagem - que o Ver. Luiz Braz falou - para Saint-Denis. O Prefeito pediu a autorização da Câmara, foi concedida, apesar de alertar que ele estava ganhando mil dólares para fazer uma palestra em Caracas, mas ele estava cobrando diárias. Ele foi à França, assistiu ao início da Copa do Mundo, deu uma entrevista ao Jornal Le Monde e disse que os Vereadores não faziam nada, que a carroça resolveu o problema da coleta seletiva do lixo, e a capital mundial da carroça se consagrou. Mas isso não é nada: ele foi e voltou. Só que, no dia seguinte à chegada dele em Porto Alegre, o Vice-Prefeito foi de novo a Saint-Denis para assinar um documento em nome da Prefeitura. No dia seguinte! Um chegou na terça-feira, e o outro viajou na quarta-feira. Não dá para falar. Não tem sentido. É uma barbaridade o que está acontecendo aqui!

E aquele Prefeito que assumiu durante um ano e quatro meses como Prefeito viajou mais tempo do que o Prefeito Fogaça poderá viajar. Acho que isso precisa ser considerado, e o assunto deveria ser rapidamente resolvido. Dêem licença, e vamos fiscalizar o que ele faz. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registro a presença do Deputado Estadual Marquinho Lang, conosco compondo a Mesa neste momento.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. NILO SANTOS: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Senhoras e Senhores Vereadores, público que nos assiste em geral, é muito engraçado quando alguém da oposição vem a esta tribuna para criticar uma viagem do Prefeito Fogaça até os Estados Unidos, até porque o Presidente da República tem viajado, e tem viajado bastante. Então, no momento em que é criticado o Prefeito Fogaça, por participar de um evento importantíssimo, alguém tem coragem de vir a esta tribuna para criticar, para achar que ele é um Prefeito ausente na Cidade, e ainda vem argumentar que deveria se preocupar com o lixo!

O Ver. Todeschini vem até esta tribuna para dizer que os garis estão pedindo dinheiro e até ameaçando para que lhes dêem dinheiro. Isso sempre ocorreu, senhores e senhoras. Isso sempre ocorreu nesta Cidade. E o culpado não é o Prefeito, porque o Prefeito não tem condições de acompanhar cada gari no seu trabalho; não tem como acompanhar, assim como a antiga administração não tinha como acompanhar. Para mim passa a sensação de que o Prefeito José Fogaça não pode viajar, porque, se viajar, a Cidade vai ficar atirada às moscas. Senhores e senhoras, a Cidade não pára por isso! Quanto ao lixo, eu gostaria de dizer ao Ver. Adeli Sell que a cidade de Porto Alegre sempre teve problema de lixo nas praças, sempre teve problemas! Não é problema da Administração que está aí; é um problema que já vem de anos nesta Cidade. Tanto é que jornais da época da antiga administração já registravam acúmulo de lixo em praças, já registravam “lixão leva incômodo a moradores”. Isso em 2003.

Este não é o momento de vir discutir a situação do lixo na cidade de Porto Alegre. Foi encaminhado a esta Casa um pedido para uma viagem do Prefeito José Fogaça aos Estados Unidos para representar a nossa Cidade, coisa que o Presidente Lula tem feito quase que semanalmente! Por que o nosso Prefeito não pode viajar? Por que ele não pode representar a Cidade? O Presidente Lula pode representar o Brasil em todos os países, em todos os cantos do planeta, como foi dito aqui; e o Prefeito não pode levar o nome da nossa Cidade para outros lugares?! Por favor, vamos ser mais sérios no momento de criticar! Este é o momento de dizer: “Prefeito José Fogaça, boa viagem, represente-nos bem, represente bem a nossa Cidade, fale do nosso povo, fale bem da nossa Cidade lá, para que possamos nos orgulhar de viver aqui!”

Não é momento para ficar achando desculpa para criticar o Prefeito. Tudo é motivo, nesta Casa, para a oposição fazer oposição! Tudo é motivo! O pedido de uma viagem é motivo para “baixar o laço” no Prefeito! Por favor, vamos ser mais sérios, mais éticos! Isso não é jeito de fazer oposição! Oposição se faz quando algo está errado; daí, então, sim, criticar. Mas não por um simples pedido de viagem vir aqui falar em lixo, falar em não sei o quê. Por favor! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, vou, meu querido Ver. Elói Guimarães, ter nesta tribuna a mesma postura que tive na oposição. Eu acho que um intercâmbio, tratando-se do Prefeito da nossa cidade de Porto Alegre, com tantos desafios e tantas coisas que podemos buscar lá fora para poder implantar ou levar as nossas experiências... Então, quando um Prefeito da minha Cidade for convidado, seja ele quem for, eu quero dizer que eu vou votar favoravelmente. Os Anais da Casa estão aí, é só analisá-los, eu acho que eu não votei contra nenhuma viagem dos Prefeitos que antecederam o José Fogaça. Eu, mais do que ninguém, acho que a tribuna desta Casa é um lugar qualificado para nós discutirmos tudo. Não tem problema nenhum, vamos discutir a Cidade na sua inteireza, mas vamos discutir a Cidade na sua inteireza com equilíbrio! Pelos discursos que eu ouço aqui, especialmente do Ver. Todeschini, parece que o PT não governou esta Cidade por 16 anos. Isso é que está equivocado! Parece que todos os males, todas as mazelas, todas as vilas, todas as coisas ruins que há em Porto Alegre acontecem apenas de dois anos para cá! E isso está errado, isso não está certo! Isso perde, na minha avaliação, a credibilidade da boa luta de oposição, porque eu acho que uma oposição cumpre um papel fenomenal num sistema democrático! Acho, por exemplo, que tem sido muito ruim para o Brasil o Governo Lula não ter uma oposição maior, mais qualificada, porque a oposição pode apontar caminhos que às vezes um Governo internamente não consegue apontar. Então, eu tenho para mim que um dos pilares da democracia, entre tantos, é o contraditório. No entanto, esse contraditório passa à banalidade, quando eu pego uma questão falsa e tento transformar essa questão falsa como se verdadeira fosse. Eu quero dizer que reconheço as dificuldades que nós temos tido com relação à questão do lixo da Cidade - que não é de hoje, que não é de ontem, que não é de anteontem.

Vamos lá, Ver. Todeschini, no final do Governo Verle, tentou-se lançar uma licitação que acabou não chegando a bom termo, mais ou menos nos mesmos moldes da que o Governo Fogaça está fazendo. Essa frota que está aí é uma frota ultrapassada; essa concorrência foi feita, sim, no Governo Verle e no Governo Tarso. Os caminhões, que deveriam ter no máximo cinco anos de vida útil, já têm dez. Os garis são mal pagos, é verdade! Agora nós estamos em um processo licitatório que, com certeza, ao cabo, fará com que tenhamos melhores serviços na Cidade.

Agora, chegar aqui e simplesmente dizer “Bom, o Prefeito vai viajar, e a Cidade está suja, a Cidade está abandonada”, eu acho que são discursos que, sinceramente, não trazem nada. Eu poderia trazer à baila várias questões, mas acho que não qualificam este debate. O Governo é para governar; oposição é para fazer oposição! Mas vamos fazer oposição em cima da apresentação de alternativas, e não fazer oposição pela oposição.

Então quero dizer ao Prefeito Fogaça que viaje e leve tudo aquilo que tem feito aqui, de boa intenção, nesta Cidade, mas que traga para esta Cidade todas as boas experiências que o mundo está enfrentando na gestão pública. Lá estará reunida gente do mundo inteiro, pessoas com experiências extraordinárias, onde poderá enriquecer, indiscutivelmente, a nossa gestão que hoje está em andamento. E, nesta Casa, eu tenho a absoluta convicção: podemos ter as nossas divergências, que são altamente salutares, mas há um ponto de equilíbrio entre todos nós que, ao longo desses seis anos, venho apreendendo e venho, cada vez mais, tendo convicção dele, Verª Sofia: que todos querem o bem da nossa Cidade. Quando os senhores estavam no Governo, sentiam isso, mas sinto na oposição também; não é diferente da nossa parte alguém que aqui foi duro, mas que também foi leal, que também não faltou, que também enfrentou de frente os debates.

Então acho que o Prefeito, nesta viagem, em outra, na de amanhã, deve viajar, sim. Um Governo não se resume ao seu Prefeito; há o Vice-Prefeito, que assume; há os Secretários, há os diretores de autarquias. Então uma Prefeitura não se resume ao Prefeito, e, portanto, achamos nós, na oposição e no Governo, que o Prefeito da nossa Cidade tem a contribuir, mas tem muitas contribuições a receber, quando vai a um Fórum dessa estatura, que se realiza nos Estados Unidos. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Maria Celeste, eu queria, em primeiro lugar, estranhar a dificuldade de estabelecermos quórum neste dia, exatamente na quarta-feira, dia das votações, quando há um pacto de que todos devemos estar presentes. A Verª Maristela Meneghetti teve bastante dificuldade para conseguir o quórum para darmos início a esta Sessão; isso não é bom para Câmara Municipal de Porto Alegre. (Palmas.)

Depois, quero dizer que tão prestigiados nesta Casa que nós somos, e parece que há um desprezo pelas pessoas que vêm aqui e que querem que as coisas andem. Quero dizer ao meu querido amigo Ver. João Dib, ao Ver. Luiz Braz, que, se existe uma pessoa que é o emblema, que é um patrimônio nacional na política em ética, em sobriedade, honestidade e excelência de gestão é o Deputado Raul Pont. Eu não aceito nenhuma insinuação ao Deputado Raul Pont, porque ele sempre viajava representando a nossa Cidade, trabalhando, palestrando. É evidente que assistiu a um jogo de futevôlei, era convidado; era uma honra para cidade de Porto Alegre ele participar da abertura da Copa do Mundo em Saint-Denis ou em Paris.

Eu quero dizer que nós não somos sectários, nós, da Bancada do PT, não somos, nós sempre votamos favoravelmente às viagens do Prefeito José Fogaça, sempre, e temos muito orgulho disso, porque nós queremos é examinar, é discutir, é ver se tem propriedade esse pedido ou não, e sempre tem. Acho que é um orgulho para Cidade o Prefeito viajar, representar-nos e trazer boas experiências para cá. Sectário é o Líder da oposição do Governo Lula, o Deputado Onix Lorenzoni, que diz que cabe à situação aprovar os projetos do Executivo; não cabe à oposição. Aqui em Porto Alegre, não! Nós não lavamos as mãos, nós queremos discutir, queremos contribuir e queremos votar. Queremos votar, mas queremos ter opinião, é nossa obrigação, nós somos lotados em nome de um Projeto para ser oposição a esse Governo, oposição responsável. O que irrita alguns Vereadores é que nós gostamos de discutir, nós gostamos de trabalhar; há alguns que querem fazer a Sessão rapidamente e ir para casa. Não somos...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Nilo Santos.)

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Vereador, V. Exª falou comigo?

Nós não somos sectários. Sectários são aqueles que votaram contra a viagem do Prefeito João Verle. Ele tinha uma viagem de trabalho também, e esta Casa vetou essa viagem; ela foi vetada. Eu fico até constrangida de dizer que esta Casa não aprovou uma viagem, aqui, do Vice-Prefeito. Fico constrangida em colocar as razões, inclusive, com apoio, Ver. Nilo Santos, da Bancada do Governo, da Líder do Governo.

Não era uma viagem, essa do Vice-Prefeito, que merecesse diárias e dinheiro público.

Neste caso, não vou ocupar todo o meu tempo. Nós vamos votar favoravelmente, porque acreditamos que é sempre bom, e é de um provincianismo atroz achar que um político não deva viajar, não deva representar a sua cidade, não deva trazer experiências novas para a sua Cidade.

Nós vamos votar, Presidenta Maria Celeste, de maneira favorável. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente acompanhando os trabalhos desta tarde, a oposição, nesta Casa, não faz oposição gratuita, Ver. Nilo, e nem sem propostas, Ver. Sebastião Melo.

Nós tivemos o privilégio de fazer parte do Governo desta Cidade por vários anos, construímos e sabemos as deficiências, mas construímos com a população muitas alternativas novas para os problemas da Cidade. E acho que, porque temos muito amor a esta Cidade, continuamos vigilantes, continuamos cobrando que o Governo seja presente, que o Governo seja ativo, que o Governo seja criativo, que responda aos problemas da Cidade.

O Prefeito terá a nossa permissão e deverá viajar.

Como nós viajamos, os nossos Secretários, Prefeitos, várias vezes, a cidade de Porto Alegre se tornou uma das cidades, talvez, mais conhecidas do mundo, pelo seu porte, pela sua marca de participação popular, por ensinar inovações no meio ambiente, na educação e em várias outras áreas.

E as viagens traziam para Porto Alegre aportes turísticos; e foram as viagens que garantiram, também, que o Fórum Social Mundial fosse realizado aqui em três oportunidades, e que, daqui, pudesse ensinar ao mundo como é que se faz uma cidade com a maior qualidade de vida, com os seus habitantes.

Agora, o Prefeito participar de um fórum que vai discutir Cidade Sustentável, que vai discutir Mundo Sustentável, é que nos intriga, porque Porto Alegre, desde o início da Gestão Fogaça, teve toda a sua educação ambiental desarticulada, Ver. Sebenelo - desarticulada -, mesmo tendo um ambientalista na SMAM! O DMLU foi desmontado, funcionários de extrema qualidade não fazem mais trabalho ambiental; os fóruns de meio ambiente, como existiam, eram emblemáticos. Na Vila Divinéia, a Escola Estadual Lea Rosa Brum faz um enorme esforço, porque lá na Vila há muitos carroceiros e há um entreposto de lixo na frente da Escola; era um esforço da Escola, da comunidade, manter um fórum ambiental, criando políticas, ensinando, educando a população. Iniciou o Governo Fogaça, e a Prefeitura abandonou o fórum. Nenhuma Secretaria, com exceção de um militante da Vigilância Sanitária, que faz porque ama, voltou lá. No ano passado, levei o Secretário Kevin Krieger para ver o abandono; abandonaram uma vez, e agora abandonaram completamente.

Quero fazer um aviso: quarta-feira que vem, Verª Clênia, retorna o fórum ambiental na Escola Lea Rosa, pois não há lugar que precise mais do que aquele. Como a Prefeitura não tem mais agentes de educação ambiental em nenhum lugar desta Cidade, ela não tem essa presença, não responde às demandas de todos os lados, Ver. Dib, não responde! A nossa Cidade, portanto, perdeu em sustentabilidade. Os seus arroios estão piores. O Arroio Feijó está tapado de lixo; os arroios prometidos, o Ipiranga, que seria o primeiro, não tem nenhuma ação governamental, assim como o Projeto Socioambiental, que foi para as calendas. A gente não tem um novo galpão de reciclagem, uma ampliação da reciclagem do lixo; ao contrário, o lixo reciclado é recolhido compactado, são perdidos muitos materiais, e poderia seguir dizendo aqui que isso, lamentavelmente, é uma perda. Se o Prefeito Fogaça for verdadeiro, ele vai dizer que a Cidade perdeu nesses dois últimos anos no trabalho de preservação do meio ambiente, de redução do lixo, de criação de emprego a partir do lixo.

Então, a gente vem aqui fazer esse registro, porque a oposição e a situação têm responsabilidade para com esta Cidade, responsabilidade de chamar atenção à gestão desta Cidade, porque, se o Prefeito vai a um encontro como esse, aqui tem que corresponder a uma política cada vez melhor. Porto Alegre é uma Cidade que apontou para o futuro com a recuperação do seu rio, que vem trabalhando nesse sentido, que priorizou no Orçamento, que buscou recursos fora, e agora o Governo Lula, com políticas fortíssimas de saneamento básico, inclusive reduzindo contrapartida dos Prefeitos, quer dizer, as condições estão dadas, falta vontade política, falta prioridade.

O Prefeito vai viajar, Ver. Sebastião Melo, mas nós queremos vê-lo mais ativo, com uma sua cobrança mais forte, e também dos seus Secretários, no sentido de esta Cidade não perder ainda mais com seu meio ambiente e para a sua população.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, senhores visitantes, Srs. Vereadores, a Verª Sofia Cavedon teve o prodígio de falar, durante cinco minuto, sobre o DMLU, sobre a SMAM, sobre os arroios, sobre os problemas de Porto Alegre, sem se referir ao que está sendo debatido neste momento, que é a viagem do Sr. Prefeito.

Existiu um Prefeito do Partido dos Trabalhadores, e que hoje é Ministro da Justiça, que, quase 60% dos dias do ano, de um dos anos do seu Governo, esteve viajando, a ponto de ser proposta, nesta Casa, a criação de uma agência de viagens no Paço Municipal para dar vazão à fúria turística da equipe de trabalho do então Prefeito Tarso Genro.

Mas é evidente que respeitamos as figuras, e eu queria falar à Verª Margarete Moraes que nós respeitamos muito a figura do Deputado Raul Pont, porque reconheço que ele é um homem de bem, sim. Agora, como Prefeito, a viagem dele à Copa do Mundo e depois, então, o retorno dele a Caracas, onde fez uma palestra, é verdade. E nós sempre brincamos aqui dizendo que o pior é que ele foi pé-frio, porque ainda o Brasil perdeu. Então, nós estranhamos que ele fosse a uma Copa do Mundo, à abertura da Copa do Mundo, ganhando diárias da Prefeitura. Por outro lado, evidentemente aqui não está em jogo a dignidade e a honra de uma pessoa, o que está sendo feito é uma crítica, porque nós éramos oposição, na época, e fazíamos a crítica.

A Verª Margarete Moraes esqueceu de dizer aqui a Bancada votou contra o nome de uma praça, e aqui nunca, na história desta Casa, se negou nome de logradouro, com uma ou duas exceções, ou homenagem a pessoas. No entanto houve isso aí. Negaram a viagem do Prefeito João Verle, é verdade; agora, tem que perguntar por que votaram contra? Porque, com uma arrogância assim histórica também que os tirou do Paço Municipal, aqui Ver. Sebastião Melo, achavam que não precisavam do nosso voto para aprovar a viagem do Prefeito, e precisavam, e desenharam, e debocharam, e fizeram pouco, a tal ponto que, no fim, os que votaram contra impediram a viagem do Sr. Prefeito.

Hoje, evidentemente, o mundo encolheu, o mundo ficou pequeno, pela aviação, pela comunicação instantânea, por todos os fatores que nós sabemos, de globalização. Hoje o mundo encolheu. Então, viajar a grandes cidades do mundo ficou algo corriqueiro, não mais como uma agência de viagens, mas com a rapidez de ida e volta de, no máximo, dois ou três dias, atravessando o mundo, indo ao hemisfério Norte, ao Canadá, aos Estados Unidos, representando a Cidade, que também tem muita coisa boa para falar, que também tem idéias, que também tem projetos, e que, nos dois primeiros anos; evidentemente que não se vai resolver todos os problemas, mas há sempre um convite formal de uma Cidade importante e linda como Porto Alegre para sair daqui e falar sobre esta Cidade, sobre a sua gente, sobre a nossa produção, e principalmente sobre coisas que foram adicionadas e foram ganhos reais desta Cidade. Evidentemente que se compreende e se dá o desconto do papel da oposição, mas também não vamos exagerar, acho que está na hora de votar, e votar favorável a uma viagem com a qual Porto Alegre e todos os porto-alegrenses vão ganhar, e, com todo o meu respeito ao Raul Pont, ao Tarso Genro, ao Olívio Dutra, todos que foram Prefeitos de Porto Alegre, quero apenas o direito à crítica e o direito à divergência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PDL nº 003/07.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, brigadianos e brigadianas que acompanham a presente Sessão, o Prefeito Municipal, José Fogaça, requer à Casa autorização para viajar, pois foi convidado para fazer palestra no Exterior, em Miami.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Casa e, de resto, o Partido dos Trabalhadores - é bom que se diga na tribuna -, ela tem uma técnica, tem uma estratégia: quando não é Governo, é bodoque, e quando está no Governo, então aí procede de forma diferente. E é a preceito que vem esta análise em cima desta matéria.

Ao longo da história da Casa, sempre se aprovou as viagens dos Prefeitos, as solicitações para viajar, até um que viajou - e também assistiu à Copa do Mundo -, dentro do trajeto, terminou indo à Copa do Mundo. Mesmo nessa viajem, a Casa não negou, não negou efetivamente a autorização para viajar, porque nós entendemos que há prerrogativas, mormente no momento em que vivemos, de que o Prefeito, em situações devidamente fundamentadas e comprovadas, deve viajar, como de resto, autoridades, enfim, forças públicas, devem conhecer, ter experiências, e, quando chamadas, deverão comparecer.

Se nós pegarmos a história dos Prefeitos que viajaram, nós vamos constatar que o Prefeito Fogaça, pelo menos em relação aos Governos do PT, foi o que menos viajou; então por aí já faltariam aqueles parâmetros que nos orientam para fazer justiça a esta ou aquela situação. Nem vou falar no Ministro Tarso Genro, excelente Ministro, que foi um dos Prefeitos que mais viajou e nunca teve obstaculizada, por parte da Casa, a oportunidade de viajar. Essa moral que nós temos que enquadrar, essa moral precisa ser enquadrada para que não caiamos, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, na hipocrisia.

Portanto, a viagem do Sr. Prefeito Municipal está exatamente assente dentro dos padrões éticos, morais, de oportunidade, fundamentado o Requerimento. Então nós temos que colocar essa visão, Ver. Todeschini, porque nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. É preciso ter imparcialidade ao examinar as questões. E a Bancada de V. Exª não tem feito justiça a esses preceitos. E aqui a maioria dos Vereadores e Vereadoras jamais negou autorização aos Prefeitos para viajar, quando devidamente fundamentado o pedido. É a matéria a examinar; estão fundamentadas as razões. Ficaria bem para Porto Alegre negar-se a comparecer, quando chamada a fazer palestra? Eu penso que não.

Então fica aqui a nossa manifestação para trazer à discussão essas questões. Afinal, como eu me coloco diante desta situação? Da forma que sempre me coloquei. Agora, assim outros não procederam. Isso vai regulando a nossa maneira e a forma de agir. Nós precisamos ser imparciais diante das questões que nos trazem à deliberação. Obrigado, Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não há mais quem queira discutir a matéria. Em votação o PDL nº 003/07. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 003/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, prezados senhores e senhoras, visitantes desta Casa, queremos votar, o mais rapidamente possível, esta e as outras matérias, para que esta Casa atinja o seu objetivo do dia.

Agora, os Vereadores da situação, que vieram aqui traçar uma critica à Bancada do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular, estão colocando algumas palavras em nossas bocas que nós não dissemos e não fizemos; isso principalmente para a Verª Clênia, Líder do Governo, que tem que nos ouvir e respeitar a oposição nesta Casa.

Nós votaremos favorável à viagem do Sr. Prefeito. Essa é a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Agora, há uma programação oficial que os Prefeitos cumprem. Portanto, vir aqui, com a postura de baixaria, dizer que o Prefeito, quando foi à França, que foi convidado oficialmente na Delegação Brasileira para estar na abertura da Copa do Mundo, querer trazer isso como um contrabando de discussão, não dá. Nós não aceitamos isso, até porque o seguinte, Ver. João Antonio Dib: não leram; aqui está dito que o Prefeito está convidado para uma visita turística lá em Miami, visitar o Jardim Botânico Tropical da cidade, conjuntamente com as demais autoridades.

Nós iremos autorizá-lo a fazer isso, porque ele estará, sim, representando a cidade de Porto Alegre, inclusive vendo, fazendo visitas oficiais. Qual é o problema disso? Nenhum problema, Ver. Luiz Braz. Portanto o senhor não leu o programa, quando veio aqui fazer essa discussão. Nós votaremos favoráveis inclusive às visitas que o Prefeito Fogaça irá fazer lá em Miami.

Agora, senhores e senhoras, eu quero me deter aqui é no que vai fazer o Prefeito lá, e gostaríamos inclusive que, no seu regresso, ele enviasse a esta Casa os aportes positivos e propositivos que tenha conquistado para Porto Alegre nessa viagem. E a palestra do Sr. Prefeito, lá, é a seguinte: ele vai participar de um painel como painelista - Desenvolvimento Sustentável Urbano, Nossas Cidades, Nossos Negócios -, juntamente com outros prefeitos, levando a preservação ambiental. É isso que nós temos que discutir aqui e sugerir ao Prefeito - porque inclusive a discussão lá é sobre Plano Diretor - que leve e oriente a sua equipe que elaborou uma proposta insuficiente para o desenvolvimento sustentável da Cidade, para ir lá defender a preservação ambiental - os colegas da Restinga que estão aqui, bom que tenha que vir para esta Casa para gravarmos as Áreas de Proteção Ambiental; que nós possamos discutir, lá, qual é o sistema de transporte, como é que se adéqua à Cidade, que a população possa usar inclusive para garantir a segurança da Cidade. Isso é o que o Prefeito vai discutir, e nós queremos que ele diga isto lá, e não o que está sendo praticado aqui, no exercício da Cidade.

Ver. Nilo Santos, que falou aqui em nome do PTB, cidade suja não é cidade sustentável. Portanto, antes de ir, o Prefeito tem que recomendar à sua equipe que, enquanto ele estiver em Miami fazendo essa palestra, a Cidade, no mínimo, apareça limpa nos jornais e na televisão. Senão, nós vamos deixar o Prefeito mal lá se a sua equipe deixar a Cidade suja. É isso que nós temos que discutir. Nós queremos discutir conteúdo.

Portanto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, sem nenhum problema, Ver. Luiz Braz, votará favorável, inclusive na programação turística, ou de passeio, ou social, ou de conhecimento técnico como está aqui, entre elas, visitar o Jardim Botânico de Miami, junto com um conjunto de autoridades, senadores, governadores, prêmio Nobel. Qual é o problema de o Prefeito estar junto a essas autoridades visitando um Patrimônio da Humanidade? Nenhum para nós, porque nós trabalhamos com a política da diversidade e queremos que a Cidade enriqueça, inclusive o nosso mandante principal.

Que o Prefeito José Fogaça faça uma boa viagem, com o nosso voto, e que, no retorno, diga a esta Casa quais foram os avanços que conseguiu para a Cidade de Porto Alegre nessa sua viagem a Miami. Muito obrigado, colegas Vereadores e Vereadoras, e vamos ao voto.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Registramos a presença do Cel. Sérgio Pastl, Comandante do Policiamento da Capital; também do Ver. Elves Palkewich, Presidente da Câmara Municipal de Paulo Bento; e do Ver. Fernando Pompermaier, da Câmara de Paulo Bento.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação do PDL nº 003/07.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, amigos que aqui se encontram, eu encaminho a viagem do Prefeito concordando que ele viaje e, quando retornar, que venha aqui nos dizer o que ele fez nessa viagem a Miami de benefício para a Cidade. E estamos conversados!

Nós estamos faltando com respeito aos cidadãos e cidadãs que aqui se encontram à espera de uma votação que lhes interessa, que é projeto social, o projeto que virá depois; acho que devíamos ter invertido: a viagem do Prefeito depois da votação que está sendo feita agora. (Palmas.)

As pessoas que aqui se encontram não deveriam ser castigadas por essa imensidão de discursos que eu acompanhei e que todos tiveram oportunidade de acompanhar, para votar uma simples viagem de Prefeito. Aqui não deveria ser somente um simples palanque político, meu amigo Sebastião Melo, não mesmo; aqui nós deveríamos ter atitudes de respeito, atitudes sociais para com aqueles que nos visitam, e passar a tarde aqui ouvindo baboseiras. Por favor! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o PDL nº 003/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

PLL nº 234/05, de autoria do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Quero requerer que se faça uma inversão para discutir, em primeiro lugar, o Projeto de V. Exª, pois temos pessoas aqui que estão acompanhando e querem discutir esse Projeto. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo as seguintes Emendas:

Emenda nº 02 ao PLL nº 234/05: “Art. 1º Altera o Caput do art. 2º do Projeto de Lei, que passa a ter a seguinte redação: Art. 2º - São atos administrativos obrigatórios para publicidade oficial:” Assina a Líder do PPS, Verª Clênia Maranhão.

Emenda nº 03 ao PLL nº 079/05: “Altera a redação do parágrafo único do art. 1º do Projeto de Lei.

Art. 1º...

Parágrafo único: os militares estaduais de nível médio não necessitam estar fardados para serem beneficiados por esta Lei, desde que estejam no percurso da residência para o local do trabalho ou desta para aquela.” Assina o Líder da Bancada dos Trabalhadores, Ver. Adeli Sell.

Apregôo o Requerimento que altera a Lei nº 555, de 13-7-2006, para votação em destaque de todas as Emendas ao Substitutivo do PLCL nº 023/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

Em votação o Requerimento do Ver. Adeli Sell, que propõe que a discussão geral e votação, neste momento, seja do PLL nº 079/05, de autoria da Verª Maria Celeste. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito à Verª Maristela Meneghetti que assuma a presidência dos trabalhos, por se tratar de um Projeto de minha autoria, e, regimentalmente, não posso conduzir a votação do mesmo.

 

(A Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1620/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que acrescenta parágrafo único ao artigo 1º da Lei Nºº 5.397, de 10 de janeiro de 1984, alterada pela Lei nº 7.017, de 27 de março de 1992, que institui isenção do pagamento de tarifa nos transportes coletivos (ônibus) para soldados e cabos da Brigada Militar em serviço. Com Emenda nº 01 ao Projeto. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela rejeição do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01 (empatado); Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela rejeição da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto, da Emenda nº 01 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 01-11-06.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PLL nº 079/05. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sras Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti, eu fiz questão de ser a primeira no ponto de discussão deste Projeto, porque tenho absoluta certeza do mérito, porque o Projeto tem mérito, é importante e deve ser aprovado por esta Casa, considerando que uma das marcas do símbolo das manchetes positivas do Rio Grande do Sul, aquilo que a gente não vê, às vezes não pega, mas que está no coração de cada gaúcho como um símbolo positivo no Rio Grande do Sul e, por conseqüência, na cidade de Porto Alegre, é a Brigada Militar. É a Brigada Militar, por sua honradez, por sua ética, por tantas vidas que já salvou, que continua salvando e ainda salvarão o nosso Estado, e esta Casa é sempre agradecida.

Eu acredito que, nesta Casa, quem trouxe esse assunto, que hoje é muito bem continuado pelo Ver. José Ismael, essa valorização, foi o Coronel Pedro Américo Leal. E muitas homenagens são feitas à Brigada Militar aqui - e todas merecidas. Mas muito mais do que homenagens, o que os brigadianos querem são políticas, propostas de valorização do seu trabalho, propostas concretas.

Nesse sentido, eu quero cumprimentar a nossa companheira, Presidenta Maria Celeste, por essa idéia. Uma das questões negativas do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais - não é um problema só nosso - é a questão da insegurança. Isso é velho! Nós sabemos que, com a insegurança, o crime vem aumentando; o que é novo é a insegurança da própria Corporação, daqueles que salvam a vida dos outros. Esses não têm a vida garantida também. Então, os brigadianos não têm estrutura, não têm viatura adequada; às vezes não têm gasolina; às vezes não têm nada. O que eu quero dizer é que eu tenho muito orgulho de que o Governador Olívio Dutra e o Secretário José Paulo Bisol deram 222% para risco de vida para toda a Corporação, porque antes só a cúpula da Brigada recebia esse valor de risco de vida.

Se abrirmos o jornal, se olharmos televisão, nós vamos ver o Governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, chorando, porque o segurança do seu filho foi assassinado porque era soldado. Não precisamos ir ao Rio de Janeiro, porque, neste ano, mais de 20 policiais foram mortos no Rio de Janeiro só porque exercem essa profissão.

Aqui em Porto Alegre, num ônibus, na Zona Sul, um soldado jovem - eu li nos jornais o seu currículo, fiquei muito emocionada, tinha filhos pequenos -, estava dormindo no ônibus, fardado, foi morto à queima-roupa porque era soldado.

Então a sua vida está em risco e, precisamente, aqueles que enfrentam o crime, que andam de ônibus, porque não têm dinheiro para andar de carro, recebem os mais baixos salários, e são trabalhadores honrados que têm família.

Portanto nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, vamos votar favoravelmente, porque achamos que é justo, que, por si só, Ver. Todeschini, não resolve, não vai salvar a vida de ninguém, mas que ajuda, ajuda com tantas outras políticas que a valorosa Brigada Militar merece nesta Cidade e neste Estado. Então nós somos favoráveis, porque não vai causar nenhum problema econômico no sistema viário da Cidade, visto que já não pagam a sua passagem, apenas que não devam estar fardados, que não precisem usar o distintivo ou o uniforme.

Essa idéia da Verª Maria Celeste é um elo na rede de uma política que quer proteger aqueles que nos protegem. Esta é uma obrigação desta Casa e, por isso, eu fiz questão de ser a primeira a falar, porque estava percebendo que estavam aqui desde antes das 14 horas, para que esta votação viesse. E nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores - os demais companheiros vão falar -, temos uma posição absolutamente favorável a este Projeto. As Emendas, nós as discutiremos depois. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, trabalhadores da Segurança Pública aqui presentes, senhores e senhoras, esta Câmara de Vereadores, no seu período de recesso, na Comissão Especial, na data de 1º de fevereiro, parou e fez um minuto de silêncio pela morte do soldado Ivonildo Biassi, do 21º Batalhão da Restinga.

O soldado, que se deslocava num ônibus da Restinga para o Centro, fardado, no transcurso do seu trabalho, foi gravateado pelas costas e friamente assassinado pela frente por um delinqüente. A pergunta que nós fazemos aqui a todos os Vereadores e Vereadoras que fizeram aquele minuto de silêncio é: se esse soldado estivesse sem farda, ele seria, naquele momento, assassinado?

Eu tenho a tranqüilidade aqui de dizer que não, que o símbolo que o identificou e o levou à morte foi o símbolo do seu trabalho; trabalho esse que é oferecido a nós, em nome da segurança pública. Foi a sua farda de trabalho que o identificou a seus assassinos. E, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, temos recebido diariamente denúncias de perseguição a trabalhadores da Segurança Pública - da Brigada Militar, da Polícia Civil, da Guarda Municipal, que buscam cumprir o seu trabalho -, os quais, ao se identificarem através do seu instrumento de trabalho, são alvos do crime organizado. E o Projeto que a nossa Presidenta, Verª Maria Celeste, apresenta não é um Projeto para criar novas isenções tarifárias, pois essas isenções tarifárias já existem. Por força da Lei nº 5.397/84 e por força da Lei nº 7.017/92, elas já existem. Nós não estamos criando nenhuma isenção tarifária para o sistema de transporte público do Município de Porto Alegre. Nós estamos dizendo que, hoje, o que identifica esses mesmos trabalhadores, que já têm a isenção no deslocamento de suas casas para o trabalho e do trabalho para as suas casas, são as suas fardas; nós estamos pleiteando que eles possam se identificar com as suas fardas quando estiverem trabalhando, mas que tenham o direito à isenção quando estiverem à paisana, no sentido de garantir as suas vidas, que é o que nós temos de mais nobre e mais essencial. Portanto, senhoras e senhores, a discussão, aqui, para a base do Governo, não é uma discussão economicista; a discussão, aqui, é uma discussão de direitos humanos, a discussão, aqui, é para que nós, quando aqui quisermos construir políticas de segurança pública, possamos dar mais um passo, para, inclusive, poder exigir da Brigada Militar que ela esteja sempre conosco nos momentos difíceis, para que possamos ter uma segurança efetiva, que essas famílias que ficam em casa também tenham a tranqüilidade de que os seus familiares possam ir e voltar do trabalho com segurança. Portanto, meus senhores e minhas senhoras, essa é a discussão central que estamos fazendo aqui hoje. É uma discussão de segurança pública; é uma discussão no sentido de dar um passo rumo a mais uma conquista dos direitos humanos, que é a garantia à vida dos trabalhadores em segurança pública. E eu peço, sim, aqui, aos colegas Vereadores e Vereadoras, sem nenhuma pretensão de trazer um fato que horrorizou toda a Porto Alegre, mas que, em homenagem a todos os combatentes, em homenagem a todos os trabalhadores da Segurança Pública que tombam com suas fardas, garantindo a segurança de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, que esse Projeto seja votado, votado e aprovado.

Srª Presidenta, se me permite (Manifestação nas galerias.), o Projeto é de sua autoria, mas eu creio que nós devemos aprovar este Projeto, e inclusive chamá-lo Projeto Soldado Ivonildo Biassi, que tombou fardado num ônibus; tombou fardado num ônibus, porque estava vindo prestar segurança para a nossa sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestação das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos que nos acompanham pelo Canal 16 e todos os cidadãos que estão presentes aqui, preferencialmente, a Brigada Militar; nós, quando acompanhamos este Projeto da Verª Maria Celeste, que tem grandes méritos, lembramos de outros cidadãos e cidadãs que também, muitas vezes, são discriminados pelo uso do seu uniforme ou da sua farda, por exemplo, os funcionários dos Correios, e assim por diante. Nós sabemos que, uma vez aprovado este Projeto, outras categorias poderão reclamar não só da insegurança, mas também de outras questões que são fundamentais para dar segurança a eles. A nossa Bancada, quando discutiu este Projeto e deferiu que nós deveríamos aprová-lo, avaliou várias questões, dentre elas a segurança ou a insegurança de todo cidadão civil que, por sua vez, a segurança é dada por vocês. Muitas vezes, somos vitimas não do acaso, mas, simplesmente, do trajeto do trabalho, do trajeto para casa, ou do colégio para casa, ou da faculdade para casa. Hoje a insegurança está em todos os lugares, tanto é verdade que chegou à casa de vocês. Vocês, que fazem a segurança do povo e que trazem para nós a segurança de estarmos andando, visivelmente, bem assegurados na Cidade. Os bandidos perderam totalmente o controle, porque, para eles, matar mais um não faz diferença. E, na medida em que vocês não têm mais essa segurança para dar ao cidadão civil, não teria por que não aprovar esse Projeto de Lei, para viabilizar a segurança de vocês, evitando a discriminação que acontece em muitos locais de nossa Cidade.

Hoje mesmo - eu faço questão de salientar -, eu recebi um abaixo-assinado das crianças do Murialdo, do Morro da Cruz, para vocês verem a enorme insegurança que o jovem também tem. Muitas vezes, porque ele usa um tênis um pouquinho melhor, ele é obrigado a voltar para casa sem tênis e assim por diante. Os cidadãos-crianças disseram o seguinte (Lê.): “Abaixo-assinado (em prol da segurança do bairro Partenon). Na localidade em que residimos (bairro Partenon) tem aumentado muito o número de assaltos, agressões e até mortes, dada a insegurança que passou a existir no local nos últimos tempos. Já não é possível transitar com o mínimo de tranqüilidade nem mesmo durante o dia. Diante do exposto, a fim de garantir a segurança dos moradores e demonstrar a nossa indignação, vimos através deste abaixo-assinado pedir a V. Exª que sejam adotadas as providências necessárias para a solução deste problema.”

Vejam os senhores, são crianças e adolescentes que encaminham para o Vereador tomar providências. Inocentes eles, que não sabem que quem tem que dar segurança para nós é o Estado, quem tem que dar segurança de saúde é o Estado e o Município, e, só no último ano, o Estado não repassou para o Município mais de 20 milhões de reais.

Hoje a sociedade civil tem, sim, uma enorme preocupação, porque o Estado não assume mais a sua função, tanto é verdade que não se preocupa em visitar um posto de saúde, que não se preocupa em saber se a segurança está sendo dada para os cidadãos, para os alunos de toda a Cidade; tanto é verdade que, às vezes, não se manifesta quando um policial é morto pelos bandidos, porque os bandidos andam soltos por aí, não se tomam providências, porque, se forem tomadas, vocês serão perseguidos. Então, é nesse sentido que nós não só vamos votar favorável a esse Projeto, mas, acima de tudo, estaremos apoiando muitos outros que terão esse cunho social de segurança ao cidadão, para que ele possa trabalhar com dignidade e voltar para casa com dignidade, com a certeza de que a sua esposa e seus filhos o receberão de volta no mesmo dia ou no dia seguinte. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Pois não, Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Tenho uma dúvida e gostaria de saná-la: o processo de votação deste Projeto, ora em andamento, requer maioria simples ou maioria absoluta na sua votação?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Projeto é maioria simples, e precisamos, para as Emendas, 19 votos favoráveis. Para o Projeto, é maioria simples, tem de haver quórum de 19 Vereadores, mas, para ser aprovado, precisa da maioria dentre os 19 Vereadores.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Srª Presidenta, eu não consegui entender essa lógica que foi colocada por Vossa Excelência. As Emendas têm um quórum diferente do Projeto?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Acabei de me orientar com a Diretoria Legislativa, Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu respeito muito a Diretoria Legislativa; sei do conhecimento da Diretoria Legislativa, mas acontece que nós temos um Regimento. Se as Emendas vão exigir maioria absoluta, é porque o Projeto também precisa de maioria absoluta, porque é a mesma matéria, ou então não são Emendas!

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): As Emendas ampliam a isenção, o que não ocorre com o Projeto, Vereador. As Emendas ampliam a isenção.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela Meneghetti, será a primeira vez nesta Casa que vai se votar uma matéria cujo quórum é diferenciado para a Emenda e para o Projeto principal. Vai ser a primeira vez nesta Casa que vamos votar um Projeto dessa forma. Eu acredito que todas as vezes que nós votamos errado, mesmo que a matéria seja aprovada, ela fica sujeita, na verdade, a ações de inconstitucionalidade, a argüições de inconstitucionalidade. Então, eu acho que não custa nos orientar bem, e quem nos orienta é o Regimento, para que essa matéria seja votada com toda a segurança, porque, pela primeira vez na história desta Casa, essa orientação está sendo dada. O mesmo quórum que deve servir para o Projeto principal deve também servir para as Emendas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Nós estamos, neste momento, Ver. Luiz Braz - agradecemos a sua intervenção -, consultando a Procuradoria da Casa.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, art. 113 da Lei Orgânica (Lê.): “Somente mediante lei aprovada por maioria absoluta será concedida anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício ou incentivo que envolva matéria tributária ou dilatação de prazos de pagamento de tributo e isenção de tarifas de competência municipal”.

Então leio assim: somente mediante lei aprovada por maioria absoluta, será concedida a isenção de tarifas de competência municipal. E é absoluta competência do Município fixar as tarifas do transporte coletivo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib. Estamos consultando a Procuradoria da Casa.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nobres Vereadores e Vereadoras, a respeito desse Projeto, eu falei que não haveria um centavo de real de aumento no custo dos ônibus. E eu quero dizer, reiterar que não há. É discutível, inclusive, a ampliação do benefício, e eu acredito que não há ampliação de benefício nenhum nessa Lei. No conhecimento das leis trabalhistas, o indivíduo, no percurso de casa ao trabalho, do trabalho à casa, se houver qualquer acidente, estaria como se estivesse em serviço. E eu tenho plena certeza de que hoje o brigadiano e o Guarda Civil, que já tem essa isenção também, estão indo fardados para casa e estão vindo fardados de casa, sim, senhores! Então, não há um centavo de real de custo nos ônibus de Porto Alegre! (Palmas.)

Meus senhores, até pela minha índole, eu posso me emocionar demais, mas eu vejo hoje uma oportunidade, nesta Casa, de resgatar o princípio que ela sempre defendeu: a igualdade dos cidadãos desta terra. Nós tivemos a oportunidade, inclusive através deste Vereador, de termos pedido, três vezes, um minuto de silêncio por três soldados fardados que pereceram - um em 2005, um em 2006, outro em 2007 - dentro dos ônibus. De 2001 até esta data, foram nove que perderam suas vidas dentro dos ônibus de Porto Alegre e Grande Porto Alegre. Pergunto: onde é que estão as famílias desses soldados fardados? Onde é que estão os filhos desses soldados fardados, que não tiveram o direito igual ao que o roto cidadão brasileiro teve, de ir e vir do trabalho com dignidade e com segurança? Não venham me dizer que, hoje, o brigadiano fardado, o soldado fardado está seguro dentro do ônibus, sentado, indo para casa ou voltando de casa. Com certeza, a população vai estar mais segura se ela souber que lá dentro poderá estar um homem que tem obrigação, fardado ou não, de cumprir os preceitos da segurança. Poderá estar lá um soldado em defesa das vidas, não-fardado, que poderá agir, aí sim, porque ele não será o foco número um da bandidagem e da criminalidade deste País.

Eu não quero me delongar, eu falei que não há prejuízos, não há o direito igual dos cidadãos. Ou se pague o vale-transporte, ou se dê a gratuidade de ele ir e vir do trabalho. Todos os outros cidadãos, todas as outras classes têm vale-transporte, aí querem trocar o vale-transporte do soldado fardado, colocando em contraponto a sua vida! Boi de piranha, como se diz na gíria! Desprotegidos, comprovado com tiros na cara.

Em 1940, em Bogotá, foram votados os direitos humanos. É um direito do cidadão que o que está em jogo aqui, sim, senhor, uma votação para nós resgatarmos os direitos humanos dessa classe desfavorecida pelos direitos igualitários. Eu tenho certeza de que ninguém haverá de vetar essa lei. Nós, Vereadores, temos este momento histórico de acreditarmos numa democracia, de acreditarmos numa solidariedade, de acreditarmos que somos irmãos e que todos lutamos pelos mesmos direitos. Eu tenho a certeza de que esse Projeto vai ser aprovado, sim, ao menos no conceito, na consciência daquele que pensa pelo bem comum.

Eu peço aos nobres Vereadores uma atenção na defesa dessa classe dos Agentes de Segurança Pública, bem como na dos professores, que são os agentes da educação, pois, como é que nós queremos educação, se a professora não é bem paga, não tem sua auto-estima; como é que nós queremos segurança, se nós não existe sequer os direitos iguais aos nossos brigadianos, à nossa Polícia, seja lá quem for. Tenho certeza de que esta Casa não vai se curvar, e vai olhar para a sua consciência, e vai dar este voto, sim, não para os brigadianos, mas para os direitos humanos, sim. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Meneghetti; Srª Presidenta, autora do Projeto; meus colegas Vereadores e Vereadoras; a minha saudação muito respeitosa a essa entidade Brigada Militar, de tantos e tantos serviços prestados ao Rio Grande; aos nossos Guardas Municipais; aos familiares.

Permitam-me, Srs. Vereadores, senhores participantes desta Sessão, fazer um resgate dessa questão das isenções das passagens em Porto Alegre, para a gente debater isso não no discurso fácil, dizendo que aqui alguém é a favor de uma causa justa, e outro é a favor de uma causa injusta.

Nós temos, hoje, em Porto Alegre, senhores brigadianos, a seguinte situação: 30% dos que andam de ônibus não pagam ônibus na cidade de Porto Alegre. E aqui está a Lei que elenca todos os que não pagam. Se nós tivéssemos, de um lado, a cada isenção que foi dada ao longo do tempo, o Poder Público reservando uma rubrica para dizer: eu estou isentando 10% dos que andam de ônibus, mas eu estou colocando, na minha Peça Orçamentária, 10% para poder subsidiar, para que a passagem não suba além daquilo que tem que subir... Mas, ao longo do tempo, isso foi se constituindo, e eu vou dar exemplos. Eu não acho, Verª Sofia - V. Exª, que trabalha com a área da Educação -, que alguém que é filho de um empresário, que tem um pró-labore extraordinário deva ter 50% de isenção na passagem de ônibus. Eu não acho que alguém que tenha 65 anos, mas que ganha um bom salário, deva ser isento de pagar ônibus. A verdade é que cada isenção que a Cidade foi produzindo, ela foi colocando sob a responsabilidade daqueles que pagam passagem. Então, para quem tem a ficha de ônibus, que é o empregado formal, que tem a carteira assinada, a ficha pode custar R$ 3,00, pode custar R$ 4,00, pode custar R$ 5,00. Quem é isento, evidentemente, não vai discutir o preço. Agora, o camarada, trabalhador informal, que trabalha lá na Praça da Alfândega, que tem que levantar lá na Restinga, no Campo da Tuca e pegar o ônibus podia pagar, hoje, R$ 1,50, podia pagar R$ 1,45, mas está pagando R$ 2,00, porque 30%, na Cidade, não paga. Pois bem, isso vale para a empregada doméstica; isso vale para outras categorias.

Eu quero enfrentar esta discussão com muita tranqüilidade; não do ponto de vista do mérito, porque, cá para nós, eu conheço os 35 Vereadores desta Casa e posso dizer - não tenho procuração de ninguém, mas poderia estender a todas as Câmaras de Vereadores do Brasil, do Rio Grande todo - que não tem nenhum Vereador que possa ser contra a Brigada Militar ou achar que é injusta essa postulação. Se o Poder Público me dissesse o seguinte: eu vou arcar com as isenções que Porto Alegre tem, pois eu quero isentar em 100% as passagens em Porto Alegre - 101%. Mas uma cidade que não tem dinheiro para pagar as pessoas que estão morrendo na fila do SUS... E são muitas! Eu pergunto: tem dinheiro para botar na passagem, Ver. Luiz Braz? Tem? Não tem! E não existe janta de graça! “A correia é feita do couro”, de algum lugar vai sair a passagem!

Há uma outra questão que eu quero dividir com os senhores. Eu não quero entrar na justeza, porque ela me proíbe discutir isso, porque eu não vou permitir essa discussão colocada dessa forma. Quem quer isentar é o sujeito que é a favor dos direitos humanos, que é a favor da decência, que é a favor da correção; os outros são, todos os outros, contra tudo e contra todos. Essa discussão eu não vou permitir, porque eu nunca permiti, e sou alguém que vem a esta tribuna e que nunca deixou de enfrentar as discussões e de explicitar o seu voto.

Acho que o Brasil tem que mudar do ponto de vista do transporte coletivo: tem que acabar com IPI para ônibus, tem que acabar com o imposto, Haroldo, para óleo diesel, para os pneus. Nós temos que diminuir, sim, o valor do transporte coletivo, porque o transporte coletivo significa dar mais dignidade ao cidadão. Agora, eu não posso tratar disso todo dia. Eu nunca votei nesta Câmara e, quero dizer aos senhores, nunca vou votar, nunca vou propor isenções, porque quem vai pagar a conta é o povo pobre desta Cidade, tão pobre, tão sofrido quanto os nossos irmãos da Brigada Militar.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, quero dizer, ao encerrar, ...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por gentileza, há um Vereador na tribuna!

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Se necessário for, voltarei à tribuna. Eu acho que aqui a gente pode discutir, sim, que os profissionais da área de Segurança e, de resto, os servidores públicos ganham muito mal! Não precisavam estar pedindo isenção de passagem, pois podiam ter um salário digno! Agora, eu não posso transferir responsabilidade! Queremos discutir todas as questões; agora, eu não posso transferir a responsabilidade, porque os senhores sabem o que eu estou falando, porque um irmão nosso é que vai pagar uma passagem mais cara!

Então, esta discussão não pode ser reduzida, na minha avaliação, a essa situação. Respeito as posições contrárias; respeito as posições dos senhores, mas eu não sou de ficar em cima do muro. Vim aqui manifestar a minha posição de forma respeitosa, porque a democracia requer o contraditório, e acho que é o contraditório respeitoso que fortalece esta Casa e a democracia que todos nós ajudamos a construir. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. NILO SANTOS: Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, quero dizer que sou muito simpático a esta idéia, simpático a este Projeto, até mesmo porque, quando é afirmado aqui que alguém vai pagar essa conta, talvez os empresários precisem diminuir um pouco o seu faturamento (Palmas.), porque, então, nós teremos um equilíbrio maior, pois, se nós ficarmos achando que as empresas ganham muito pouco, nós estamos enganados.

Esta Casa não pode hoje deixar de oferecer algo a quem nos oferece a sua vida todos os dias, colocando-a em risco; esta Casa não pode perder a oportunidade, também, de oferecer um pouco mais de proteção a quem tanto protege os nossos filhos, os nossos pais, os nossos amigos e, também, aqueles que votam em nós.

Portanto, eu gostaria de parabenizar a Vereadora pela iniciativa, parabenizar toda a Brigada Militar pelo seu trabalho e também dizer que é o momento de esta Casa parar um pouquinho de olhar para o lado do empresariado e começar a olhar também por quem paga os seus impostos. (Palmas.) Porque, quando estamos tratando aqui, dá a impressão de que a Brigada Militar, que os brigadianos não pagam impostos, mas eles também pagam impostos! (Palmas.) E se vai aumentar para os pobres, se vai aumentar para os pequenininhos, também vai aumentar para eles, porque, na realidade, nada mais vai acontecer do que os brigadianos deixarem de ser alvo fácil dentro dos ônibus. (Palmas.) Deixarão de ser alvo fácil. E não adianta retirar aquele capacete branco - que tanto chamava a atenção - e ficar sentado com uma farda, ali, como quem diz para um assaltante: “Olha, atira primeiro em mim, porque, se me derrubar, vai ser fácil dominar o ônibus”. Este Projeto nada mais é, senhoras e senhores, do que autorizar o efetivo da Brigada Militar a andar sem a farda; é praticamente isso, não vai onerar em nada.

E o que a sociedade irá ganhar com isso, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores? Porque isso já está no instinto do brigadiano - eu sei, porque convivo com um brigadiano também; meu sogro é da Brigada Militar - e queira ou não, o brigadiano tem um instinto de proteção, de proteger o tempo todo. Ele pode estar com a farda ou sem a farda, ele vai ser um segurança; e a própria ATP irá ganhar, as próprias empresas irão ganhar. (Palmas.) O que se parece tornar, Srs. Vereadores, oneroso, na realidade, é um benefício que as empresas estão ganhando, e a população porto-alegrense também. Parabéns pelo Projeto; sou simpático a ele, sim, e votarei favorável, Vereadora. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, esta Casa sempre se sente honrada quando recebe, aqui, a Brigada Militar, tantas vezes homenageada aqui nesta Casa, tantas vezes atacada, tantas vezes defendida. Eu quero lembrar que, na minha história dentro desta Casa, que é uma história bastante longa, e até como homem de comunicação - que sempre fui -, defendi, muitas vezes, a Brigada Militar. E quero lembrar de uma ocasião que eu acredito que ninguém pode esquecer, nenhum dos senhores pode esquecer essa ocasião, porque eu acredito que ela foi a mais grave vivida pela Brigada Militar. Em uma ocasião, os Sem-Terra vieram aqui para Porto Alegre e fizeram uma verdadeira invasão em Porto Alegre. E, em um fim de tarde, de uma forma covarde, um brigadiano - que os senhores sabem o nome, o Soldado Valdeci - foi assassinado com uma foiçada. E foi exatamente naquela tarde, início de noite - que e se prolongou depois pela madrugada - que, lá na Prefeitura Municipal, o então Prefeito Olívio Dutra acoitou os assassinos do Soldado Valdeci. E até hoje a morte do Soldado Valdeci ainda não foi devidamente punida. Então, quando eu vejo um Projeto de Lei vindo de alguém do PT para tentar favorecer a Brigada Militar, eu fico realmente “com uma pulga atrás da orelha”, porque o PT sempre tentou desmoralizar a Brigada Militar, o PT sempre tentou transformar a Brigada Militar em uma milícia.

 

(Tumulto nas galerias.)

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por gentileza, há um orador na tribuna! Prossiga, Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: O Ver. Guilherme Barbosa, de uma forma incorreta, deselegante, covarde, me ataca. Então, realmente eu peço que V. Exª diga ao Ver. Guilherme Barbosa, que foi ganhar altos salários lá no Governo Federal e que entrou de uma maneira ilegal para o serviço público - porque não prestou concurso público -, que ele se aquiete, que fique ali acompanhando a Sessão e que, quando quiser se pronunciar, que venha até esta tribuna, mas que não seja covarde para apartear de uma forma desonesta o orador na tribuna.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ver. Luiz Braz, só um minuto. Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª é o próximo inscrito para discutir a matéria e fará uso da tribuna.

Prossiga, Ver. Luiz Braz. Seu tempo está assegurado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: E que o Ver. Guilherme Barbosa vá fazer concurso público para entrar para o serviço público, e não entrar da forma como entrou, de forma desonesta. Isso é o que ele tem de fazer.

É por isso que os senhores brigadianos e também muitos segmentos do funcionalismo público não conseguem melhorar os seus salários, porque pessoas como o Ver. Guilherme Barbosa entram para o serviço público sem concurso público. E aí dá aquele inchaço todo.

E aí ele vem, aqui, querer cobrar, muitas vezes, melhores salários. Mas, ele é quem deveria estar colaborando.

Quem quiser entrar no serviço público, assim como os senhores fizeram e assim como a maioria dos servidores públicos faz, tem de prestar uma prova, tem de prestar um exame, tem de mostrar o seu conhecimento; porque, senão, Verª Neuza Canabarro, torna-se apenas um aproveitador. Só isso, apenas um aproveitador.

Quero dizer que penso que tudo aquilo que pode favorecer a Brigada Militar é altamente justo. Eu jamais, aqui, tive qualquer procedimento contrário a qualquer interesse da Brigada Militar. E assim foi toda a minha vida. Eu tenho, nesta Casa, 25 anos de militância, e nunca votei contra os interesses da Brigada Militar.

Só que eu peço que os senhores, por favor, de maneira consciente, verifiquem se a simples aprovação, pura e simples, deste Projeto, nesta Casa, vai realmente favorecer os seus interesses.

E, depois de debater com a categoria, venham a esta Casa conversar com o conjunto dos Vereadores, porque nenhum Vereador vai negar apoio para aquilo que realmente for do interesse dos brigadianos. Nunca aconteceu isso nesta Casa.

A única coisa é que temos de estabelecer a diferença entre algozes do passado, ou V. Exª e V. Sas. não se lembram do Soldado Valdeci? Ou V. Sas. vão se esquecer daquela covardia de acoitar os criminosos, os matadores do Soldado Valdeci naquele final de tarde, início de noite? Não podem se esquecer disso quando vêm aqui nesta Casa para vaiar ou para aplaudir qualquer um dos Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Vereadora-Presidenta, Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, representantes da Brigada Militar que aqui estão presentes, quando a gente não tem coragem de dizer aquilo que pensa, começa a inventar mil histórias para fugir do tema. Aqui está o Vereador que já foi Diretor do DMAE, por exemplo, e colocou hidrômetro em todas as ligações que já existiam, em todas às que fez, e não procurou, nunca, fazer demagogia. Nunca apresentei isenção para tarifa do transporte coletivo, nem vou apresentar, Ver. Melo. Mas este caso para mim é exemplar, nós não estamos discutindo aqui, no caso da Brigada, nenhuma isenção nova; nós estamos discutindo de que maneira as pessoas da Brigada Militar vão utilizar uma isenção que já existe. (Palmas.) É a forma! Vão utilizar a isenção, que já existe, fardados ou sem farda? Esta é a questão! Nenhuma isenção a mais. Desculpe-me dizer, mas, se o discurso de V. Exª tiver seqüência do que V. Exª colocou aqui, logo em seguida eu gostaria de ler um Projeto de Lei de V. Exª, tirando todas as isenções que já existem no transporte de Porto Alegre. Esta é a coerência do discurso de Vossa Excelência. É uma discussão? É! É verdade, mas, para ter conseqüência, é isto que tem que ser feito, tem-se que tirar de todo mundo, porque os avanços sociais alguém tem que pagar; a sociedade como um todo tem que pagar. E repito: aqui estamos discutindo uma forma de utilizar o que já existe. Alguns dizem - um colega Vereador, numa conversa paralela: “Não, mas eu quero manter; nós não podemos desistir, tem de ficar o brigadiano fardado dentro do ônibus para garantir segurança”. Ora, é colocar as pessoas numa situação muito complicada. O Ver. Ismael já falou: como é que uma pessoa sentada, com pessoas atrás dele, vai conseguir fazer a segurança, ainda mais fardado? Teria de sentar sempre no último banco e estar de uma maneira diferente. Eu não entendo nada de segurança, mas me parece que é óbvio isso. Inclusive termina sendo mais seguro, podendo prestar segurança às pessoas dentro do ônibus, se ele não estiver fardado; parece-me que é isso. O resto, desculpem-me dizer, é o discurso dos empresários. O resto é o discurso dos empresários. (Palmas. ) O que vai mudar? Para que a Lei da Verª Maria Celeste funcione, vai precisar uma identificação ou a relação entre a EPTC e a Brigada, só isso. Não se está falando em aumentar a isenção, que isso é um debate, sim, verdadeiro, e eu já disse: não apresentei nenhuma isenção nova e nem vou apresentar. Agora não estamos tratando disso.

Por último e para encerrar, eu nem vou falar no Ver. Luiz Braz, porque é costumeiro esse nível de discussão que ele faz. Eu sou do serviço público pela Justiça do Trabalho, honrada, digna. Agora, a gente tem de olhar na própria casa, viu, Ver. Luiz Braz? Eu vou ficar só nisso, porque o senhor sabe do que estou falando, não vou seguir adiante. Todos nós sabemos aqui nesta Casa. Vou parar por aí. Nunca recebi salários milionários, eu sempre recebi o meu salário da CEEE, de onde sou Engenheiro, orgulhosamente, há muito tempo. Portanto o nosso voto é a favor e, contrário a isso, é o voto, é a fala dos patrões do transporte coletivo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Maristela Meneghetti, eu não tenho ninguém em minha casa que, de maneira desonesta, ocupou qualquer tipo de cargo. Todos os cargos que porventura, e foi apenas um que foi ocupado pela minha mulher como Assessora aqui nesta Casa, foi de maneira honesta, num cargo de CC.

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por gentileza, peço que não se manifestem.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu não tenho por que não dizer. Agora, sempre foi de maneira honesta. De maneira desonesta só o Ver. Guilherme Barbosa, que eu conheço aqui na Casa.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Vereadora Maristela Meneghetti, presidindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, brigadianos e brigadianos, oficiais, soldados, eu diria ao plenário que nós, Vereadores, devemos tomar alguns cuidados para não nos incompatibilizar com a força pública, com a Brigada Militar, que, historicamente, nós defendemos nesta Casa. A Câmara aqui defende, na sua maioria, a Brigada Militar. Então, se há uma Instituição no Estado, e eu não precisaria dizer, que goza de absoluta credibilidade, é a Brigada Militar. Então, não vão nos incompatibilizar com a Brigada Militar, não serão essas jogadinhas que nos incompatibilizarão com a Brigada Militar. Mas esta é uma tribuna democrática, e eu quero, aqui, externar o meu ponto de vista.

Quero dizer, Ver. Sebastião Melo, que não está em jogo aqui a questão econômica da tarifa, porque essa já existe para o brigadiano; a minha visão é outra. O que está em jogo aqui é uma questão que nós não podemos aceitar, que nós nos dobremos à bandidagem, e nós temos aí sacrifícios e holocaustos. Eu lembrava, não faz muito, do soldado Biassi e da Carine; quem é que não lembra da soldada Carine? Todos lembramos da soldada Carine (Palmas.), porque perseguiu, não recebeu a unanimidade, não daqueles de quem deveria receber. Mas não vão nos incompatibilizar. A questão que fica é - eu quero dizer aqui, quero dar o meu depoimento e o faço na presença dos brigadianos: eu quero a Brigada fardada, eu quero a Brigada fardada quando vai e quando vem. Agora, devemos buscar um mecanismo para resolver esse impasse aqui na cidade de Porto Alegre. Vamos resolver, mas vamos resolver com toda a Casa, com os 36 Vereadores, juntamente com os brigadianos, com os setores institucionais, a SMT, a EPTC e os empresários, vamos encontrar uma solução. Vamos nós, os 36 Vereadores, Ver. Sebastião Melo, buscar uma solução para esta questão. Nós não podemos ser divididos, e todos nós, aqui, a maioria defende historicamente a Brigada Militar nas horas difíceis, porque, se há uma força, se há uma instituição que é diuturna na vida do Estado, é a Brigada Militar. Quando todos estavam em greve, quebrando e quebrando, a Brigada estava ali, em pé, defendendo. Então, essa Instituição tem de ser tratada não da forma como está-se conduzindo, não devemos nos incompatibilizar com a Brigada Militar. Nós vamos ter que encontrar uma solução junto aos órgãos do Município nesta questão.

Agora, tirar a farda, porque a bandidagem está nos vencendo é triste, é triste assistirmos a isso. Nós temos que inverter essa lógica. Quem tem que ter medo é o bandido! Não é a Brigada Militar, à paisana, que tem que ter medo. É isso que nós temos que fazer. A bandidagem é que tem que ter medo do Estado fardado, no caso a Brigada Militar.

Portanto, nós temos que encontrar, senhores brigadianos e senhoras brigadianas, uma saída para isso, mas que seja uma saída que não nos incompatibilize e seja uma solução construída pela Casa, pela história de relação que a Câmara tem com a Brigada Militar, pela longa história que a Câmara tem com a Brigada Militar. Vamos construir uma solução coletiva. (Manifestação das galerias.) Não, agora, não; agora, não. Não será agora, mas haveremos de encontrar uma saída coletiva.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por gentileza, há um Vereador na tribuna.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Eu já encerro. Não vamos nos dividir! Não adianta, que não vamos nos dividir.

Então, fica aqui a nossa manifestação, num apelo aos 36 Vereadores, para construirmos uma solução juntamente com o Prefeito. Vamos admitir, aprovamos aqui, o Prefeito veta de lá e jogam o Prefeito numa situação constrangedora. Não vão nos puxar! Essa não vão levar! Essa não levam!

Então, ficam aqui os nossos totais respeitos. E sabem os brigadianos e as brigadianas do respeito que a Casa tem por eles, mas essa forma nós não aceitamos, eu não aceito a forma. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL n° 079/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereadora Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras trabalhadores da segurança, eu não consigo decifrar essas duas frases do Ver. Elói: “Não podemos nos incompatibilizar com a Brigada”, porque não é essa a questão; e a segunda: “Não podemos nos dividir” Deve ser algum recado para a sua Bancada, porque divididos estamos aqui. Isso é da democracia.

E quero parabenizar quem corajosamente expõe aqui as razões da sua discordância, e não vem aqui falar mal do Partido dos Trabalhadores, fugindo da sua argumentação própria, que sustente aqui a sua posição contrária, e por que dela? Ou então que se reserve a não dizer mentiras na tribuna.

Eu tenho muito orgulho do Governo que a Administração Popular, que o Olívio Dutra, o Governo Democrático Popular, fez na hora da Segurança, e foi massacrado, talvez por algumas falas a mais do nosso Secretário, mas a sua intenção é a valorização, sim, de cada um, e cada uma das brigadianas. E essa profissão é uma profissão já por demais aviltada. Por demais! E ela é aviltada por falta de políticas de saúde, e uma delas é a saúde mental, que é uma política importante implementada pelo Governo Olívio. É aviltada por suas condições de trabalho. É aviltada pela falta de política de habitação.

Quero fazer aqui um parêntese: eu estou vivendo uma situação em que estou acompanhando a Escola Lea Rosa, na Vila Nova Divinéia, em que foi tão esperado o PM, tão querido e esperado o PM residente. A escola e a comunidade vêm lutando há um ano, e ele foi morar agora lá, num lugar completamente desapropriado, não há um cuidado. Os nossos PMs têm que se submeter a morar em escolas, e nem o Governo não consegue organizar aquele espaço que já é precário para ele ir morar.

É uma profissão aviltada pela sociedade capitalista, sim, que produz a violência, pela mídia, que produz a violência. Assim como fazem um escândalo com uma morte, produz a violência quando faz entrar em todos os lares brasileiros uma porcaria como é aquele Big Brother, que é um elogio à vagabundagem, ao paredão, à eliminação, aos valores que não são valores de vida. Eu poderia seguir aqui dizendo que os valores de uma sociedade profundamente desigual é que cada pobre queira ser um consumista e ter coisas. É uma categoria profundamente aviltada.

Eu fiquei pensando, como professora, se, para eu ter direito ao meu vale-transporte, para ter direito ao meu deslocamento para a escola, tivesse que usar o guarda-pó que os professores usavam antigamente para dar aulas no Jardim da Infância! (Palmas.)

Agora imaginem - eu falo isto, Ver. Sebastião Melo, de coração - as enfermeiras terem de sair com os seus guarda-pós de dentro dos hospitais para poderem pegar um ônibus. Elas não recebem o vale-transporte, elas têm direito ao transporte, mas têm que usar guarda-pó. Já seria um aviltamento. Agora, na condição dos PMs, eles ainda por cima põem em risco as suas vidas! Isso tem que nos fazer pensar sobre a reivindicação que eles trazem!

Eu não acho, Ver. Elói Guimarães, que nós vamos construir coletivamente. Se alguém sabe o que eles estão passando, são os próprios trabalhadores da Segurança, que estão aqui dizendo que precisam isso, que chega de aviltamento, e, mais do que aviltamento, estão colocados à beira da morte não no exercício do seu trabalho, mas por uma exigência que é simplesmente substituída por qualquer mecanismo de controle possível de organizar. Uma carteirinha ou qualquer outro mecanismo que não seja a sua roupa de trabalho, que hoje é alvo, sim, da bandidagem, que tem tirado vidas preciosas. Quem cuida da nossa Segurança não tem a sua segurança garantida nessas questões mínimas. Essas são as minhas motivações, Verª Maria Celeste, para votar a favor. (Palmas.)

Eu sei que muitos trabalhadores pagam passagem mais cara por causa das isenções. Eu acho que tem que revisar isso, mas também há muito lucro das empresas. E há muita motivação, aqui, por causa dos lucros das empresas, sim. Nós temos que discutir o lucro das empresas, ou não podem elas patrocinar tudo o que estão patrocinando por aí, que a gente vê!

Encerro, dizendo que vamos votar a favor; a nossa Bancada vota a favor, também pela PM Carina, que foi executada num ônibus, com 28 anos, em novembro de 2001, uma jovem PM. Nós lutamos para que as mulheres possam ocupar os espaços, e, se pudermos fazer esse mínimo para os nossos brigadianos se sentirem um pouquinho mais seguros, temos que fazer. Não basta encher esta Casa de homenagens à Brigada, como a gente vê muitas vezes; temos é que homenageá-los com o nosso voto. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05. (Pausa.) A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma. Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste e acompanha nesta tarde, eu estava fazendo aqui uma observação e uma profunda reflexão: nós estamos aqui para legislar, e não podemos sofrer pressão de forma alguma, nem pressão armada por pessoas que estão nas arquibancadas e nem a pressão de acusações de que estamos a favor de empresários.

Falo para os brigadianos, querendo entender. Vejam bem: já há uma isenção para o brigadiano que sobe num ônibus e vai ao trabalho. Se eu entendi, o brigadiano se propõe a ir ao trabalho e só colocar a farda no quartel, e, neste trajeto, ele ficar isento da passagem. Então, o brigadiano, quando não está em serviço, está sem a farda? Aqui estou vendo todos fardados. Estão todos em serviço?

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Estão em serviço. Está bem, muito bem. Acredito que qualquer assaltante, ao entrar num ônibus, enxergar um brigadiano... A mim, dá segurança ver um brigadiano, porque sei que ele tem curso de tiro, que ele é ágil, que ele é rápido e que ele vai me defender; eu vejo desta forma. Eu não quero brigadiano escondido! Outra: a bilhetagem eletrônica vai resolver este problema; não há necessidade de se ter a isenção por não estar com a farda. Tenho o orgulho de dizer que Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, isentou todos os estudantes - e a minha área é a Educação. Todos os estudantes que entrassem no ônibus uniformizados estavam isentos, por quê? Porque estavam identificados. A isenção para andar de ônibus já existe! O que está se querendo aqui é tirar a farda, e a farda identifica: é um brigadiano, é a segurança, é o que nos dá tranqüilidade.

E para legislar, nós temos que analisar todos os ângulos. E aí me vem uma dúvida: vocês estão de farda, saem de casa e, no momento que colocarem o pé para fora de casa, qualquer acidente é acidente de trabalho!

 

(Manifestações das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por gentileza, há uma oradora na tribuna!

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Agora, se estiverem sem farda, não é. Nós estamos vendo um Projeto de isenção que já existe, que vai dar margem a que se tenham pessoas passando pelo brigadiano! Se já usam a farda, imaginem sem a farda; seria muito mais fácil de burlar o controle e a segurança.

Eu encaminho a votação contra por uma razão: a bilhetagem eletrônica vai isentar. Muito obrigada.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

 A SRA. PRESIDENTA(Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Boa-tarde, Srª Presidenta; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero iniciar, dizendo que sou contra o Projeto da Vereadora, tal qual ele está hoje apresentado, e, inclusive, vários outros Vereadores, com os quais temos discutido, têm levantado que a questão do transporte de Porto Alegre passa por um processo de discussão e que todas as questões serão tratadas logo mais, quando se tratar da questão das integrações, da bilhetagem e de muitos outros temas que a Prefeitura de Porto Alegre já está trabalhando, no sentido de melhorar as condições de trânsito, as condições de acessibilidade, a questão do transporte público da nossa Cidade.

Eu só queria que nós nos restringíssemos, neste debate, à questão específica do Projeto, que nós tratássemos isso como tem que ser tratado num órgão legislativo, numa Casa Legislativa, onde seus representantes, com as suas inúmeras opiniões e posições, possam livremente colocar suas idéias e possam concluir os seus raciocínios dentro do espaço democrático que é inerente à condição de um Parlamento.

Todos nós, Vereadoras e Vereadores, que estamos aqui, temos uma enorme consideração e respeito pela Brigada Militar. Aliás, dentre as instituições mais bem conceituadas pela população, em todas as pesquisas que acontecem, está a Brigada Militar. Então, nós não estamos tratando aqui de uma avaliação dessa Corporação. Aliás, não teríamos nenhuma autoridade para isso. O que nós estamos tratando aqui é de um Projeto específico que trata da ampliação do número de pessoas que andarão isentas no transporte público. Eu acho que o Ver. Sebastião Melo foi muito feliz quando tratou da questão do valor do transporte público, que hoje, inclusive, é uma questão que tem que ser enfrentada por todos os Municípios brasileiros. Não é à toa que a Frente dos Prefeitos tem pressionado veementemente o Governo Federal para a modificação da Lei Federal, porque hoje não há subsídios necessários na área dos combustíveis, e isso faz com que a composição do preço da passagem do transporte seja extremamente cara, comparando o nível de exclusão social, o nível de desempregados e de subempregados da população brasileira.

Alguém que me antecedeu disse que não há almoço de graça ou jantar de graça, não sei como é a expressão popular, mas o que eu queria dizer é que isso é uma reflexão importante, dita de uma forma bem clara, mas que, na verdade, reflete uma grande preocupação de um debate político que há hoje na sociedade brasileira nessa área. Primeiro, a necessidade de pressionar o Governo Federal para modificar as legislações, para que não haja um preço tão exorbitante dos combustíveis, das peças automotivas, que faz com que a composição do preço das passagens seja tão alta; e a segunda questão é exatamente o tema trazido, de uma forma legítima e clara, importante, pela Verª Maria Celeste, que é a questão da isenção e a questão do preço da tarifa.

Eu tive o cuidado de conversar, na tarde de ontem, com vários representantes, membros do Comtur, o Conselho que trata dos preços dos transportes públicos, e, evidentemente, a preocupação é no sentido de baratear a passagem para aqueles que são subempregados, aqueles que estão desempregados na nossa Cidade.

Eu acho que essa questão é a questão de que trata o Projeto. Esta é a questão que estamos discutindo neste momento.

Acho que Porto Alegre passará por um debate mais amplo, rapidamente, quando iremos discutir as novas estruturações do transporte público do nosso Município, e, nesse momento, poderemos reavaliar, inclusive, quais os Projetos que tratarão especificamente das tarifas e das isenções.

Eu acho que este é um Projeto que vem isolado, tratando apenas de uma categoria e, portanto, acho que ele não contempla a globalidade. E reafirmo, então, que votarei contra o Projeto da Vereadora. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Vereadores, Vereadoras e público presente, em especial, os representantes da Brigada Militar, que são aqui público-alvo do interesse deste Projeto de Lei, eu quero dizer que, há poucos dias, eu conversava com um Oficial da Brigada, e ele estava me colocando a dramaticidade da situação da Brigada. O número de pessoas, o número de soldados, o número de agentes nas ruas, a falta é tanta, que, se for feito no ritmo máximo existente, nós levaríamos dez anos para repor os efetivos no Rio Grande do Sul, contando os que se aposentam, os que falecem, os que saem da atividade; e a necessidade da diminuição que nós temos do contingente, já que são mais de 10 mil só na Brigada Militar e mais cinco mil na Polícia Civil.

E essa é uma questão de direito humano básico, porque ninguém está propondo aqui aumentar as isenções, como está sendo forçada a fazer e a acontecer aqui a leitura. Não. Estamos, sim, discutindo um Projeto de Lei que aperfeiçoa e regulamenta a possibilidade dos deslocamentos dentro do subsídio, dentro da isenção já existente. Este Projeto - e eu acredito que ele vá ser aprovado -, vai dar mais trabalho ao Executivo. Isso é verdade! O Executivo vai ter que regulamentar a matéria; portanto, vai ter trabalho. Mas cabe ao Executivo, que foi eleito, receber trabalho. Agora, querer forçar uma situação, dizendo que, com a aprovação do Projeto, haverá um aumento nas isenções e, portanto, um encarecimento da passagem, isso não é verdade, pois isso não está dito no Projeto. O que está dito é que os brigadianos terão direito de andar sem uniforme, pois nós não podemos continuar permitindo que, por causa de uma questão tão elementar, vidas humanas continuem sendo ceifadas, que pais de família continuem sendo alvos de violência, alvos de ataque, como muitos já mencionaram aqui. É diferente, é muito diferente do que falou, aqui, o Ver. Sebastião Melo. Ele discutiu um outro mérito. Ele discutiu o mérito de ampliar as isenções. Aliás, quando o Vereador era da oposição, ele divulgava panfletos instando a população a não aceitar cortes ilegais, a não pagar a conta d’água, ou a conta de luz, enfim, a não aceitar os cortes que o DMAE, que a CEEE, que a Corsan faziam, porque, segundo ele, eram ilegais. No entanto, neste Governo, Ver. Guilherme - e ele tem um representante lá no DMAE -, nunca se viu tanto corte, tanta voracidade como agora. Então esse discurso não vale, até porque ele está distorcendo o Projeto; o Projeto prevê apenas uma forma de os senhores profissionais poderem se deslocar, dentro do sistema de isenção existente, de forma segura. É sobre isso que nós estamos discutindo, e é esse o mérito que nós vamos votar. Por isso que a nossa Bancada, toda a Bancada do Partido dos Trabalhadores, votará a favor, sim. (Palmas.) E, aí, ao Executivo cabe, sim, se esforçar para encontrar a justa medida na regulamentação, de modo que não haja distorções. Por isso que é um Projeto que merece o nosso apoio, que merece a nossa tranqüila votação, para que vocês possam andar seguros. Hoje, toda a sociedade está sendo vítima do crescente aumento da violência, em especial quem está fardado, o que é muito lamentável. Por isso tenham a tranqüilidade de que vocês terão o nosso apoio, e o Executivo que faça a regulamentação adequada, pois é sua obrigação fazer esse trabalho! Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestação nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadoras, Vereadores, cidadãos, cidadãs, Brigada Militar aqui presente; Guarda Municipal, eu queria dizer que este Projeto está nesta Câmara há bastante tempo. Então, modificações, discussões com a Corporação, verificação de posições junto aos Governos que não dão vale-transporte, toda essa história que nós já sabemos poderia ter sido feita. Mas vir aqui, por ter uma posição contrária e fazer os achincalhes que fez o Ver. Braz é inadmissível, não será o Ver. Braz que vai dar lição de moral no PT. (Manifestação nas galerias.) Porque, se o Ver. Braz quiser, eu tenho um dossiê aqui (Mostra documento.), que posso distribuir a quem quiser para saber o que faz o Ver. Braz. O Ver. Guilherme já deu a resposta. Então, não venha com essa história.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ADELI SELL: Não vou dar aparte! Não vou dar aparte! Não venha com provocação; eu estou na tribuna, é um direito legitimo, e não será o Ver. Braz, provocador contumaz... Está aqui! Está aqui, pessoal!

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Luiz Braz.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ver. Adeli, só um minuto. Esta Casa tem Presidente, e, neste momento, eu estou exercendo a presidência. Eu não vou cortar o microfone de ninguém, Vereador. Não, ele não lhe concedeu o aparte neste momento; é um direito que assiste a ele. (Manifestação nas galerias.) O que é isso? Não, Ver. Luiz Braz, V. Exª me deu uma ordem para que eu cortasse o microfone dele, e isso eu não vou fazer. Acontece que V. Exª tem o direito de pedir o aparte, e ele tem o direito de não lhe conceder. Prossiga, por favor, Ver. Adeli.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela, muito obrigado. Eu não vou perder tempo nem gastar o tempo das senhoras e dos senhores com muita fala, porque nós temos opinião, não estamos no muro, não estamos dando novas isenções, os nossos colegas já explicaram o que está em jogo aqui: está em jogo a possibilidade de andar com um pouquinho mais de tranqüilidade, um pouquinho mais, porque nós temos muita insegurança, não é culpa das senhoras e dos senhores; deveríamos ter mais 10 mil brigadianos na corporação, não deveríamos estar fazendo bicos, porque, se nós fizéssemos uma fiscalização como este Governo se nega a fazer - mostrei hoje um exemplo das apreensões que foram feitas -, nós teríamos dinheiro para pagar um salário decente para a Brigada Militar. (Palmas.)

Então, como todo mundo sabe qual é a nossa opinião, não serão as provocações do Vereador nem da sua Bancada - porque, na semana passada, quem fez o fuzuê aqui foi o Vereador da sua Bancada, Claudio Sebenelo, que é costumeiro em fazer o mesmo tipo de fuzarca - que irão atrapalhar a votação. Nós temos opinião, nós votaremos a favor. Obrigado!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde Presidenta; boa-tarde a todos os presentes da área da Segurança Pública, todos os militares, Vereadores, Vereadoras e os nossos telespectadores.

Eu considero extremamente importante a gente ter na lembrança que esta Lei já existe desde o dia 27 de março de 1992, e hoje, nesta Casa, o que se busca é priorizar a vida de policiais militares através da liberação da farda. É oportuno lembrar a todos que temos de fazer a relação custo/benefício, e o que está em jogo é a vida de quem, diariamente, presta segurança à sociedade da Capital gaúcha e a todo o Estado do Rio Grande do Sul. (Palmas.) Logo, considero extremamente importante que nós possamos estar avançando para a votação e os encaminhamentos da Mesa junto a este Projeto extremamente relevante.

E, para finalizar, quero dizer que a liberação da farda no transporte coletivo, na verdade, não é um ato meramente paternalista, e sim uma medida de prevenção e segurança com a vida de quem presta segurança e com a vida de quem também faz o uso do transporte coletivo. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadoras e Vereadores, quero agradecer o tempo de meu colega de Bancada, Ver. Haroldo de Souza.

Eu quero, em respeito à autora do Projeto, que é uma Vereadora competente, Presidente desta Casa, em respeito aos senhores, continuar nesse diálogo, porque o desfecho dessa matéria vai se dar hoje, mas talvez a sua construção possa ser logo ali na frente.

Eu quero, aqui, cumprimentar, primeiro, os comandos da Brigada Militar, Ver. Bernardino, porque eu era Vereador de oposição e apresentei aqui uma emenda para o Funrebom, de 500 mil reais, e vim aqui a esta tribuna sustentá-la, quando esta Casa estava mais lotada de brigadianos do que hoje. E o Líder do Governo na época, Sr. Estilac Xavier, pegou o telefone, ligou para o Comandante da Brigada e pediu que todos os brigadianos daqui se retirassem. Então, quero cumprimentar o Comandante atual da Brigada, que respeita as manifestações. Acho que a democracia é isto mesmo: as pessoas têm direito de ter opinião. Então eu queria trazer à baila essa questão, que para mim está tão presente.

Segundo, Srª Presidenta, eu não tenho memória curta. Depois da Idade Média, o único imposto privado que eu conheci na Terra chama-se Plus Tarifário, no Governo do PT, que foi criar uma tarifa maior para comprar ônibus novo para escriturar em nome dos empresários. Então os senhores não têm o direito de dizer aqui que alguém vem a esta tribuna sustentar empresário, porque os senhores fizeram uma intervenção durante o dia e tiveram que entregar durante a noite, tendo que pagar 18 milhões de reais do Governo do povo pela má intervenção que fizeram no transporte coletivo! Então não venham com esse discursos para cima de mim, porque eu não vou aceitar essa discussão torta desse jeito, porque eu respeito os senhores, sempre vim a esta tribuna para um bom debate, e não vou desqualificá-lo!

Terceiro, eu quero dizer ao Ver. Carlos Todeschini que V. Exª entende muito é de asfalto, porque, quando V. Exª foi Diretor do DMAE, usou a máquina pública para a sua eleição. Então não venha fazer demagogia aqui nesta tribuna. Não venha!

Vamos discutir a matéria. V. Exª não está sendo sério. V. Exª usou a máquina pública, mais do que ninguém, para se eleger Vereador desta Cidade.

Eu quero discutir a matéria. Vejam bem, se até o final desta Sessão, Srª Presidenta, ficar provado ... porque eu entendo a isenção em função do seguinte ... Eu isentei, porque o brigadiano está em serviço, e, quando ele se apresenta no ônibus, ele está em serviço, porque ele está fardado. E qual é a minha concepção? Como é que eu vou controlar se o brigadiano que está no ônibus está a serviço ou não está a serviço? Alguém tem que me responder. (Manifestações nas galerias.) Policial é policial 24 horas, mas esse não foi o espírito da Lei. E os carteiros que, para entrar na isenção, têm que usar a roupa de carteiro? (Manifestações nas galerias.) A mesma situação com os Guardas Municipais. Eu estou fazendo um diálogo, eu não estou fazendo nenhuma provocação, eu estou construindo um diálogo. Eu gostaria de ouvir um argumento que nos ajude a resolver esta questão: como saber se o nosso brigadiano está em serviço? Eu estou fazendo uma pergunta que é lógica, que é real e contribui com o debate.

Agora, eu quero enfrentar, para finalizar, a seguinte questão: eu acho que - e o Ver. Elói Guimarães foi extraordinário, pela sua experiência, pelos seus cabelos brancos - esta Casa, que nunca faltou à Brigada Militar, e com certeza não faltará, podia ter produzido aqui uma audiência pública, chamando todos os setores, dizendo o seguinte: tem uma questão posta; vamos tentar encontrar uma solução. Eu acho que não vamos “botar a bacia com a criança fora!” O que eu quero dizer com isso, meus amigos, é que as mãos que apedrejam podem ser as mãos que aplaudem amanhã. (Manifestações nas galerias.) Nós não podemos fazer essa política de terra arrasada. Os senhores vão ter nesta Casa apoio de todos os Vereadores, para que encontremos uma solução. Vamos fazer um debate maduro, tranqüilo, respeitoso, respeitando as diferenças, porque a democracia é isto: ela é custosa, difícil, mas é o melhor regime, exceção aos outros, como dizia Churchill. Portanto, a democracia é o direito do contraditório, é o direito do enfrentamento. Nós poderíamos aqui fazer o que é normal, não discutir a matéria, votar, e aparecer no painel. Eu faço questão, porque eu acho que isso nos dá a garantia do respeito para outras questões que nós já tratamos aqui e para outras questões que nós vamos tratar.

Quero cumprimentar, primeiro, a Presidenta, que nos oportuniza o debate; segundo, cumprimentar novamente os senhores, que respeito demais, todos nós aqui, e sei que eu não vou discutir a justeza, mas eu acho que a matéria poderia ser mais bem encaminhada, e acho que ela se tornou torta, face ao discurso fácil de colocar irmão contra irmão. Eu não vou colocar o camelô contra a Brigada Militar; eu não vou colocar a empregada doméstica contra a Brigada, porque eles também são merecedores, e, hoje quem paga essa conta é quem paga o cash da passagem, porque o isento não paga, porque quem tem ficha não paga, e essa discussão tem que vir à tona para qualquer concessão de isenção nesta Casa. Senão, me desculpem, nós vamos continuar fazendo um discurso fácil, e acho que quem tem mandato não pode fazer o discurso fácil; tem que ceifar a floresta, e não a árvore.

Então, meus cumprimentos. Mantenho a minha posição, e voltei à tribuna em respeito e para não permitir esse tipo de discussão, Ver. Todeschini. Eu não quero permitir esse tipo de discussão. V. Exª se excedeu. V. Exª veio com questiúnculas pessoais. V. Exª, quando eu defendi a questão da água - e continuo defendendo que primeiro se cobre, e não se corte sem cobrar -, V. Exª quis colocar num bolo maior. Se V. Exª quiser enfrentar essa discussão, pois a coloque no seu canal competente, e nós vamos enfrentá-la. Muito obrigado. (Manifestações nas galerias.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05, por cedência de tempo do Ver. Claudio Sebenelo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu continuo dizendo que esta Casa sempre se orgulha da Brigada Militar, do trabalho que ela já prestou aqui, para a nossa sociedade, daquilo que ela representa para todos nós, e não será este momento, de forma alguma, que quebrará este respeito que nós temos pela Corporação e pelos senhores.

 Eu sempre tive - eu estou aqui há 32 anos -, Ver. Elói Guimarães, como meu maior apanágio, como meu maior patrimônio, a minha honra. Jamais eu pratiquei qualquer coisa que eu pudesse, olhando, depois, para trás, dizer: “Isto daqui realmente eu não deveria ter feito”. Já errei muitas vezes, com certeza absoluta, mas procurei acertar.

O Ver. Adeli Sell disse que tem acusações contra mim. Eu gostaria que ele assinasse essas acusações e desse conhecimento delas para o mundo, porque eu quero poder responder. Eu só não quero, e é a única coisa que eu peço, que acusações contra mim sejam feitas de forma anônima - só isso não! Que elas venham assinadas, porque eu sempre fui capaz de responder por todos os meus atos. O Ver. Adeli, que bradou aqui que há um dossiê, por favor, coloque-o para o Plenário, distribua para a platéia, porque eu gostaria muito que todos soubessem de qualquer coisa que eu tivesse feito de maneira incorreta ou desonesta. Qualquer coisa! Mas, se não o fizer, por favor, que corrija a sua frase, porque ela foi infeliz! Todos os erros que eu tive aqui na Casa... E se um erro foi, seguindo a legislação, ter uma vez nomeado uma pessoa da minha família para o meu Gabinete, eu já declarei isso muitas vezes, já mandei embora a pessoa, já não está mais comigo. Tudo bem, esteve comigo, sim, esteve. Eu não esperei que ninguém me acusasse, eu vim aqui e disse, quando nós começamos a discutir o problema do nepotismo, que eu tinha, realmente, uma pessoa trabalhando comigo - eu sempre fui absolutamente claro sobre as minhas ações, sobre as minhas atitudes.

Srª Presidenta, de maneira alguma eu quis desrespeitar V. Exª na condução dos trabalhos; da mesma forma como estou fazendo agora, mas de uma forma quase que forçada, eu só quis dizer a V. Exª que este momento é para se discutir o Projeto. Alguns Vereadores... E o Vereador que estava aqui no momento usou a tribuna para me atacar pessoalmente, fugindo daquilo que era o Projeto. Por isto pedi uma Questão de Ordem, naquele momento, para V. Exª: para dizer que o Vereador retornasse à Pauta para discutir o Projeto, e que, para as questões pessoais, nós temos outros momentos para usar a tribuna e tratar desses temas. De uma forma respeitosa, eu tentava dizer isso a Vossa Excelência.

Quero dizer para todos os brigadianos e brigadianas que aqui estão: com toda a certeza, nós vamos estar à disposição dos senhores e das senhoras para tentar resolver esse problema que foi apontado por este Projeto apresentado aqui. Acredito que não será através deste Projeto que esse problema será resolvido, mas quero me colocar à inteira disposição dos senhores e das senhoras, juntamente com todos os outros Vereadores, para conversarmos a respeito desse assunto. Com toda a certeza, eu jamais fugi de qualquer responsabilidade; e não fugiria dessa responsabilidade, agora, de nós podermos tratar esse tema da melhor forma possível com todos os senhores e com os integrantes desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 079/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; soldados; oficiais da nossa honrosa Brigada Militar; representantes da Guarda Municipal que estão aqui conosco nesta tarde, eu, pacientemente - aliás, como tem sido a minha conduta dentro desta Casa -, de uma forma muito tranqüila, muito calma, ouvi os discursos dos que me antecederam nesta tribuna e fiquei um pouco estarrecida com a afirmação de que o Projeto não foi suficientemente discutido nesta Casa. Protocolei este Projeto exatamente há dois anos, vindo com uma orientação da Associação, de uma importante discussão necessária para se fazer. De lá para cá, ele tramitou em todas as Comissões desta Casa. Jamais eu puxei a urgência ou o art. 81 para este Projeto, para que pudéssemos votá-lo de uma forma açodada. Então não me venham dizer que não houve discussão suficiente deste Projeto, porque isso não é a realidade! Passou por todas as Comissões desta Casa! (Palmas.)

Houve um apelo para que eu conversasse com todos os segmentos que fazem parte: a ATP, a própria EPTC, o Comando da Brigada Militar, todos esses trâmites eu cumpri: conversei, dialoguei, ouvi. Mas há um momento, nesta Casa, em que nós precisamos enfrentar a votação dos Projetos. Por várias vezes, adiei essa discussão em função dessas questões colocadas pelos outros Vereadores. Há, inclusive agora, neste momento, uma disposição da construção de uma nova forma de controle para este Projeto; estamos em negociação, esse é um jogo do Plenário. Agora, nós temos de enfrentar este Projeto, e nós temos de enfrentar esta discussão com muita tranqüilidade. Nós não estamos criando isenção! Ela já existe! Ela já existe! O que nós estamos dizendo é que, para o cidadão ter a garantia do seu direito, não há necessidade do uso da farda. Por que isso, senhoras e senhores? Porque a farda que tão honrosamente caracteriza a nossa Brigada Militar, nosso Guarda Municipal, identifica; a farda, hoje, não nos diz mais que estar fardado significa segurança; pelo contrário, significa ser alvo!

Em março de 2005, quando protocolei este Projeto, já havia ocorrido a morte de um soldado dentro de um ônibus da linha de Gravataí. De lá para cá, morreu a PM Carine e morreu também um outro soldado do Bairro Restinga. Nós estamos acumulando mortes, porque não tivemos a coragem de enfrentar este Projeto dentro desta Casa.

Se é verdade que a bilhetagem eletrônica vem, que venha! Que bom que venha. Revoga-se a Lei quando ela vier! Mas, até lá, nós temos de ter a ousadia, a capacidade de enfrentar esse problema dentro desta Casa, porque existe um Projeto de Lei que precisa ser discutido, avaliado, e eu espero, aprovado para o bem de toda uma categoria.

Nós temos de pensar que a questão da segurança pública vai para além da sensação de estar dentro de um ônibus com um soldado ou com uma soldada. Foi-se o tempo em que isso era verdade. Hoje é exatamente o contrário! Muitas pessoas têm até medo de andar nos ônibus quando há um brigadiano ou uma brigadiana fardada dentro do ônibus, porque sabem, sim, que essas pessoas, esses cidadãos estão sendo alvo dos delinqüentes e tombando com as suas vidas pela inconseqüência ou pela nossa falta de vontade de votar, de fato, este Projeto.

A farda, ela se justifica, sim, quando o brigadiano está em serviço. Nesse momento, ele tem de usar a farda; sobretudo, quando ele está acompanhado dos demais companheiros de trabalho. Nesse momento, há a necessidade do uso da farda. Nos outros, não há, senhoras e senhores.

E dizer que nós estamos criando uma isenção não é a realidade! A isenção já existe; nós estamos apenas dizendo que o direito que já existe, construído através de uma Lei, possa ser mantido apenas com o não-uso dessa farda para conseguir usar gratuitamente o transporte coletivo.

Para concluir, Srª Presidenta, brigadiano ou brigadiana é 24 horas por dia! São como os médicos, como qualquer outra categoria. (Palmas.)

O nosso respeito, a nossa homenagem, de fato, a essa categoria. Ela extrapola as questões das homenagens, dos Grandes Expedientes, das Comunicações, que nós, reiteradamente, temos feito aqui pela categoria.

Mas nós queremos hoje, sim, dar um depoimento dos Parlamentares que estão preocupados com essa categoria e votar este Projeto, para perder ou para ganhar, mas queremos enfrentá-lo no dia de hoje. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, solicito que V. Exª garanta que os trabalhadores da Segurança que estão aqui tenham o pleno direito de aqui permanecer, porque estão no exercício dos seus direitos, e que nenhum Vereador os constranja, chamando o seu Comando e inferindo que estão com medo de que haja insubordinação, balbúrdia ou baderna aqui dentro.

São todos cidadãos, muito responsáveis, profissionais e educados. E tenho certeza de que assim se comportarão, como estão se comportando aqui; e estão no seu pleno direito de participar dos destinos das suas vidas. Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento, assinado pelos Vereadores Adeli Sell e José Ismael Heinen, solicitando a dispensa do envio das Emendas nº 02 e 03 ao PLL nº 079/05 à apreciação das Comissões, Emendas essas apresentadas durante o período de Discussão Geral. (Pausa.)

 

O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Srª Presidenta, as Emendas não haviam sido retiradas?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não, não foram retiradas.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento de autoria dos Vereadores Adeli Sell e José Ismael Heinen. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o PLL nº 079/05. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não tenho falado desta tribuna; falo dali, sentado, porque fica mais cômodo, mas eu gosto de olhar para as pessoas quando eu falo, e não gostaria de falar de costas para toda essa platéia extraordinária que aí está.

Eu tenho algumas dúvidas, quando se trata de dar. Eu tenho absoluta convicção de que todos aqueles que aqui vieram e falaram a favor, se lhes fosse solicitado para dar dez vales-transportes para alguém que não tem trabalho e que precisa procurar trabalho, raros dariam. Claro! Eu tenho convicção de que, quando um Vereador vem a esta tribuna, ele tem que ter responsabilidade pelo que ele diz. Quando ele vem aqui e fala das tarifas e dos empresários, ele tem que ver que ele está falando mal de si mesmo, porque 48 horas depois de decretadas as tarifas, entra na Casa o cálculo tarifário. Quantos Vereadores examinaram o cálculo tarifário? Eu tenho a impressão de que esquecem que nós somos responsáveis pela tarifa que aí está. Eu tenho a impressão de que nós precisamos ter mais responsabilidade, temos de ter mais seriedade no trato das coisas. Aqueles que fizeram este Projeto estavam tão preocupados em dar o que não é seu - porque é muito fácil dar o que não é seu, por isso que eu disse que ninguém dá dez vales transporte. Mas eles estavam tão preocupados e até envergonhados por dar, que fizeram um Projeto horroroso; por isso eu não discuti a matéria, por isso a minha Bancada não discutiu a matéria, por isso nós estamos encaminhando a matéria. Isto está escrito aqui, porque Lei é clara, precisa e concisa, e ninguém mais que a Polícia Militar para saber que a Lei tem de ser respeitada. Então, o Policial Militar à paisana, para ter direito a esta passagem, precisaria ter nas mãos um atestado de residência, porque aqui diz que é da sua residência ao seu local de trabalho; ele tinha de ter um atestado fornecido pelo quartel de que ele está naquele quartel, porque aí então ele poderia andar nesse percurso. Mas esqueceram, isto aí é de menos importância! Isso poderia dar encrencas muito sérias dentro do ônibus. Se chegassem para um Policial Militar e lhe perguntassem: “Onde está o seu atestado de residência?” Como é que ele reagiria? Como é que ele reagiria - eu pergunto. “E o seu atestado do quartel onde é que está?” E se o cobrador não tivesse a delicadeza necessária para pedir: “Por favor! O seu atestado de residência? Por favor, o seu atestado do quartel?” Fardado não paga. E por falar em fardado, esqueceram de, alterando a Lei, alterar os outros artigos para enquadrar a coisa. Não. Mas nós precisamos dar o que não é nosso. É muito fácil dar o que não é nosso! Mas eu não dou. Eu não dou. Eu, se dou alguma coisa, é minha. E dou, dou muitas vezes. Mas o que é dos outros eu não dou, até porque é perigoso. Quem dá o que não é seu toma o que não é seu! É muito perigoso. Vereador Sebastião falou aqui do plus tarifário; não foi um Decreto do Prefeito que deu o plus tarifário. Não foi uma decisão do Secretário de Transporte que alterou a fórmula de estudos das tarifas, foi um ato de um Secretário que não tinha nada que ver com o transporte. Não se pode falar sem analisar profundamente o que acontece nesta Cidade. Claro que nós todos temos preocupação com aqueles milhares de desempregados que não podem andar no ônibus, porque - foi dito por um dos Vereadores, não sei qual - paga, realmente, o transporte muito pouca gente, porque os empresários da construção civil, os empresários das indústrias, do comércio, pagam através do vale-transporte. Aquele empregado não tem problema, mas aquele que não tem um patrão para lhe dar o vale-transporte, ele precisa de uma tarifa condigna, ele precisa de alguém que lhe dê condições de pagar, e isso ele não tem. Só vou dizer que, se não houvesse as isenções que são dadas... porque não são dos próprios, imaginam que os empresários perdem. Os empresários não perdem! A tarifa é calculada pelo número de passageiros transportados. Se fosse assim, seria muito fácil. Mas eles não perdem. Na verdade, aquele outro paga mais. A diferença, se não houvesse nenhum isentado, seria de 40%. Esta que é a verdade. Portanto, decidam como entenderem melhor, mas a minha Bancada vai votar contrariamente. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta; nobres Pares desta Casa, público que nos assiste, depois de ouvirmos tantas marchas e contramarchas, pensamentos, idéias, eu só quero colocar mais alguma que assalta a minha consciência, assalta o íntimo do meu ser, porque estamos discutindo um direito que deve ser dado àquele que realmente o necessita. Eu, daqui a dois anos, meus senhores, vou ter direito de entrar de graça nos ônibus de Porto Alegre - 60 anos de idade. Não interessa quanto eu ganho, se são três, dez, quinze, vinte ou trinta. Mas aquele que mais precisa não ganha o vale-transporte - um direito sagrado que lhe é negado, não sei por quê. Sempre foram votados, aqui nesta Casa, direitos e mais direitos para usarem o transporte dos ônibus. Nada contra. Eu também acho, como o Vereador que me antecedeu, que, quanto menos passagens de graça houver, o valor da passagem será menor. Da maneira como está, o maior injustiçado deste País é o desempregado; ele paga o total, não tem direito nenhum na busca do seu emprego. Mas esses que têm isenção, como os estudantes - o meu filho -, que pagam meia passagem; os de sessenta anos, seja lá quem for... Mas para aquele que realmente precisa para cumprir com sua obrigação é negado o direito que todos os trabalhadores têm. A esses nós não podemos negar. Os direitos têm que ser iguais para todos, e eu acho que o desempregado não teria que pagar ônibus nenhum! Mas os senhores que estão aqui, hoje, desejam os mesmos direitos que foram dados a outrem - por que só querem negar para os senhores? Eu acho que não. Não é porque tenham que andar fardados nos ônibus - seja no Rio Janeiro, onde for -, já que é uma mera necessidade, mas porque não é bom, não é gostoso, é indigesto, é incomodo. É muito diferente nós virmos de uma casa ou de um quartel, de um quartel para a casa. Quando nós chegamos ao quartel - de casa para o quartel -, nós vamos prontos para cumprir com o nosso dever, não sabemos o que vai acontecer. Quando terminamos a nossa missão, vamos para casa aliviados, porque lá chegamos com vida, intactos e felizes.

Meus amigos, nessa missão nobre, tenha o Projeto a deficiência que tiver, o seu mérito é indiscutível. Se nas legislações passadas deram isenção para tanta gente merecedora - mesmo que tivessem o vale-transporte -, como para a pessoa acima de 60 anos, temos que chegar a dois pontos definitivos nesta discussão: ou batalharmos pelo vale-transporte, mas, enquanto ele não vier, que tenhamos dado à Brigada e à Guarda Municipal o direito que os outros têm, o sagrado direito que os outros têm.

Eu termino e cito novamente: colegas Vereadores, nós estamos hoje, aqui, talvez reparando uma das grandes injustiças da nossa Cidade, que é o direito igual para todos. Eu afirmo, neste momento, que quero sair daqui - e vou sair - com a consciência tranqüila. Estou agindo conforme a minha consciência, conforme aquilo que acho que é certo. Mas eu tenho mais uma obrigação: de defender, até por natureza de ofício, a vida e a segurança da família militar igual a todas as outras, principalmente no contraponto que nós temos hoje, com os PCCs da vida massacrando os nossos brigadianos, massacrando o homem fardado, o homem cumprindo com o seu dever, salvando a vida da nossa população. Muito obrigado, e tenho certeza de que Deus haverá de nos dar o caminho certo no dia de hoje. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, membros da Brigada aqui presentes, eu não havia me manifestado ainda, mas quero fazer algumas colocações que acho importantes: primeiro, não se trata aqui de estar a favor ou contra a Brigada Militar. E quero dizer que está falando alguém que é filho de policial. Agora, algumas coisas sempre me preocuparam. A grande característica da Brigada Militar é a sua farda, é a questão do policiamento ostensivo e o princípio dentro das obrigações militares, que é o princípio da hierarquia e da disciplina. Preocupa-me também uma inversão, neste momento. Estamos vivendo, no nosso País, um momento tão crítico, que, no Rio de Janeiro, o chefe pessoal da Segurança do Governador do Estado foi alvo de violência por parte da bandidagem, vamos dizer isso. Pergunto aos senhores e às senhoras: quem vai nos dar a segurança? Embora cada um dos policiais militares aqui presentes também possa perguntar: “Mas, e para nós, individualmente? Quem vai nos dar a segurança?“ Este é um enfoque; o outro enfoque também é a questão da própria passagem, como alguns Vereadores falaram, e foi até dito que não existe almoço grátis, e não existe, alguém sempre vai pagar essa conta.

Também é importante dizer que estaremos concedendo ou dando algo que não nos pertence, e eu perguntaria: hoje, subindo a passagem em função de isenções, estaríamos jogando a Brigada Militar contra a população? E volto a dizer: aqui não é questão de jogar a população contra a Brigada ou vice-versa.

Os membros da Brigada também, independente de estarem no serviço ou não, ganham a questão do risco de vida e a periculosidade inerente ao seu serviço. Portanto, senhores brigadianos aqui presentes, de forma fraterna - e sei que vocês não vão nos apoiar -, em nome do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, somos contrários à idéia, porque entendemos que tem que haver um outro tipo de discussão. Mas volto a dizer que a Brigada Militar é a instituição mais respeitada do nosso Estado, e se nós, como instituição, tivermos o medo de enfrentar a população, realmente nós temos que mudar o sentido e a orientação da segurança. Portanto, encaminho contrário ao Projeto. Muito obrigado, Srª Presidenta.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidenta Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Srs. brigadianos e Sras brigadianas, eu não sei se já está devidamente equacionada a questão do quórum, Vereadora-Presidenta. Entendo que se trata de maioria absoluta, até para resguardar o resultado, se vitorioso ou não, entendo que é a maioria absoluta, mas V. Exª está tomando as providências nesse sentido.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Estamos aguardando o Parecer da CCJ.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Bem, nós já colocamos aqui que não nos passa pela cabeça sairmos daqui divididos com a Brigada Militar, de forma nenhuma, não vamos nos incompatibilizar. Nós haveremos de construir, dependendo do resultado - não sei qual será o resultado -, mas se o resultado não for o pretendido, nós temos que construir uma saída política da Casa, pelo seu conjunto, com os órgãos institucionais do Município e com os empresários. Agora, é bom que se diga que empresário não dá isenção para ninguém, empresário não dá isenção. A tarifa, todos aqui conhecemos, é feita com base no custo e tem um fator chamado IPK - Índice de Passageiro por Quilômetro. Então empresário de ônibus não dá isenção para ninguém! Aquele discurso provocador, irresponsável, dizendo “empresário para cá e empresário para lá” não tem fundamento! Peguem a Lei, peguem a planilha de custo e vão ver isso, ali está o lucro do empresário. Aliás, é bom que se diga que os grandes IPKs que tivemos ocorreram há uns cinco anos, tínhamos os maiores IPKs na cidade de Porto Alegre, Índice de Passageiro por Quilômetro.

Então, fica aqui, portanto, a nossa manifestação para dizer que a base... Eu quero ver a Brigada fardada. Não tenho a opinião do Ver. Ismael. Eu gosto da farda! Eu tenho uma admiração pela farda! Acho que não é incômoda a farda, não, pelo contrário, nós temos é que respeitar a farda! É o que a bandidagem não faz. E por que não faz? Os brigadianos estão buscando uma solução. Isso está na raiz do debate. E temos pelo Brasil afora, tivemos em Porto Alegre, citávamos aqui os exemplos das pessoas que foram lastimadas pela bandidagem, que perdeu o respeito pela farda, perdeu o respeito pelo Policial, perdeu o respeito pela Brigada também, porque, se tivessem respeito pela Brigada, não ocorreria o que ocorreu com a Carina e com o soldado - esse último -, que gozava de prestígio na sua comunidade.

Eu acho que nós estamos tratando de coisa muito séria aqui. Eu acho que nós estamos todos no mesmo lado. É bom que se entenda isso. Nós estamos todos do mesmo lado. Nós todos, com a Brigada Militar, sofremos juntos, padecemos juntos.

Bem, então fica aqui a nossa manifestação, para que não saiamos brigados, absolutamente não. Nós temos que construir, não sei qual será o resultado. Se não for um resultado que atenda aos interesses dos brigadianos aqui presentes, nós temos que encontrar uma saída. Depois, vamos ver o que é possível fazer, como se atinge esse mecanismo para que se encontre uma saída.

Agora, nós achamos que quem tem que recuar é o bandido. Essa é a nossa opinião. Quem não pode ter vez é o bandido, porque é esse que está nos batendo e nos tocando por diante. E temos, felizmente, na Brigada Militar, ainda, por incrível que pareça, o sustentáculo de segurança. Está aí a atuação da Brigada, que não é de agora. A Brigada está acima de Partidos políticos. É bom que se entenda que a Brigada Militar é o próprio Estado, é o Estado do Rio Grande do Sul pelo seu braço mais importante.

Fica, portanto, aqui, Srª Presidenta, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, a nossa manifestação. Nós queremos um resultado no qual não saiam daqui vencidos nem vencedores, ocorra o que ocorrer. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, retorno a esta tribuna para trazer algumas questões que acho fundamentais neste momento. Nós estamos há dois anos, como disse, discutindo este Projeto e propondo uma solução em relação a ele, Ver. João Antonio Dib. E a Lei é muito clara. O Ver. João Antonio Dib veio a esta tribuna e fez questão de ler o que diz a Lei, e ela não traz isenção, a isenção já existe por duas leis anteriores já registradas nesta Cidade, neste Estado. Nós não estamos criando isenção. E os senhores e as senhoras sabem disso. Nós não estamos ampliando o leque das isenções que já existem em relação ao transporte coletivo desta Cidade. O que nós estamos dizendo, o que nós queremos garantir é o direito que o servidor da Brigada Militar e o da Guarda Municipal têm de usufruir de um benefício, que é um direito seu, sem a necessidade do uso do seu uniforme.

Acho que a Verª Sofia Cavedon foi muito feliz quando fez a sua colocação, dizendo que os trabalhadores da área da Educação, para ter direito ao vale-transporte, deveriam usar o seu guarda-pó. Isso traz uma reflexão: por que essa diferenciação nas categorias? Pela questão da segurança? Ora, senhoras e senhores, isso é um ledo engano! É um ledo engano! Dizer que estamos mais seguros por estar dentro de um transporte coletivo com apenas um homem, uma mulher fardada, é um ledo engano! Se não houver uma operação conjunta para que, de fato, haja o combate a essa insegurança que está instalada na nossa Cidade, no nosso Estado, não é um homem de uma corporação, uma mulher só, dentro de um ônibus, que vai garantir a segurança pública! Vamos ser claros! Vamos ser claros nesta questão! Dizer que temos muitas isenções em Porto Alegre, dizer que o passe livre já existe e que complicaria mais ainda neste processo é um outro engano! As isenções do passe livre, só nesse ano de 2006, diminuíram na cidade de Porto Alegre, em relação a 2005. Temos os números! Temos os números! Quem ganhou? Quem lucrou? Quem será? Não foram os nobres soldados militares da Brigada Militar. É disto que se trata. Nós queremos enfrentar, sim, esta discussão! E o Projeto, que foi instruído com a maioria simples, passa agora, por uma estratégia de Plenário, a precisar, para aprovação, a maioria absoluta. Vamos enfrentar essa discussão. A Comissão de Constituição e Justiça está trazendo o seu parecer. Eu não o li ainda, mas, certamente, ela vai dizer que será necessária a maioria absoluta dos votos, senhoras e senhores. Tenho a convicção de que todos os que se expuseram aqui e colocaram os seus votos... Já sabemos quem vai votar a favor e quem vai votar contra, e tenho a certeza de que nós perderemos esse Projeto, senhoras e senhores, mas nós sairemos daqui com a cabeça erguida de um compromisso assumido, de uma tarefa assumida em relação a uma categoria que está sendo deixada de lado pelos Vereadores desta Casa, de uma categoria honrosa que está apenas exigindo um direito que já é seu, garantido em Lei, qual seja, o direito de não ser mais alvo e de não usar as suas próprias vidas para que aconteça o pior, como aconteceu com o Soldado do bairro Restinga, como aconteceu com a Soldada Carine, como aconteceu com o Soldado em Gravataí, e, lamentavelmente, como aconteceu em relação a tantos outros que irão continuar sendo alvos, se nós não tomarmos uma atitude nos próximos minutos. Se essa Casa não enfrentar com coragem a decisão sobre a vida dos soldados da Brigada Militar, nós vamos continuar enterrando homens e mulheres que são alvos, simplesmente por usarem a farda e porque esta Casa não lhes garantiu o direito de ter o seu passe livre sem a necessidade do uso da farda. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 079/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, com toda a certeza, eu sei das necessidades por que hoje passa boa parte da população brasileira e, entre essa boa parte da população brasileira, os brigadianos, principalmente o Soldado brigadiano, que realmente eu sei que vive uma situação bastante difícil e precisando, lá no Governo do Estado, receber o melhor tratamento por parte dos Governos que vão se sucedendo e vão, muitas vezes, esquecendo esse soldado, que é a linha de frente. Então eu me coloco à disposição -, e vou repetir aqui -, eu me coloco à disposição, juntamente com todos outros Vereadores. Eu tenho certeza de que ninguém realmente fugirá a essa missão de encontrarmos uma saída lógica para tentarmos corrigir esse problema, que sabemos que é um problema grave. O Ver. João Dib colocou nesta tribuna, com muita maestria, os equívocos do texto que foi apresentado no Projeto de Lei. E eu vou dizer, Ver. João Dib, que pior do que nós rejeitarmos seria aprovarmos um texto equivocado. Nós temos, por obrigação, quando nós legislamos em qualquer uma das áreas, de nos atentarmos com a redação que nós damos a um Projeto, porque, do contrário, nós corremos o risco de aprovar uma matéria, as pessoas serem iludidas pensando que estão levando o direito e, na verdade, não terem direito, absolutamente nenhum.

O art. 113 da nossa Lei Orgânica, Ver. Haroldo de Souza, diz assim, e eu não quero antecipar a análise que faz a Comissão de Constituição e Justiça, porque ela é extremamente competente, e não caberia a mim fazer qualquer juízo à parte daquilo que vai decidir a Comissão de Constituição e Justiça, mas o art. 113 diz (Lê.): “Somente mediante lei aprovada por maioria absoluta, será concedida anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício ou incentivo que envolva matéria tributária ou dilatação de prazos de pagamento de tributo e isenção de tarifas de competência municipal.” Eu estou aqui, na verdade, não criando uma isenção, mas eu estou legislando sobre uma isenção. E sempre que eu estou legislando sobre uma isenção - a Lei Orgânica é absolutamente clara -, eu preciso da maioria absoluta para legislar sobre a isenção. Se eu não fizer isso, se eu não tiver aqui os 19 votos, eu não vou conseguir, de forma nenhuma, fazer com que qualquer Projeto que erroneamente seja aprovado aqui, Presidenta, tenha valor lá fora; vai ser vetado, Verª Maria Luiza, se for aprovado dessa forma aqui; se for transformado em lei, será argüida a constitucionalidade do Projeto, e essa argüição de constitucionalidade, tudo isso é uma discussão extremamente longa, que vai fazer com que o direito do brigadiano de poder ter uma vantagem a mais seja prorrogado, fique caído por terra.

Por isso que eu vou, mais uma vez, dizer: muito melhor para toda a família brigadiana, a essa altura dos acontecimentos, é fazer um contato com os Vereadores aqui da Casa, para que os Vereadores aqui da Casa, quem sabe, sejam intermediários de uma grande discussão, a fim de nós encontrarmos, Ver. Nereu D'Avila, quem sabe, o caminho correto, para que isso, que é justo, que pretendem os brigadianos, possa ser alcançado. Mas assim, dessa forma, com essa legislação, da forma como ela foi escrita, seria apenas enganar as pessoas, e isso eu jamais irei fazer.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

Recebo o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça, com relação ao Processo nº 1620/05, Projeto de Lei do Legislativo nº 079/05 (Lê.): “A Lei Orgânica do Município de Porto Alegre dispõe no art. 113: ‘Somente mediante lei aprovada por maioria absoluta será concedida anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício ou incentivo que envolva matéria tributária ou dilatação de prazos de pagamento de tributo e isenção de tarifas de competência municipal.

§ 1º - A Câmara Municipal deve avaliar, a cada legislatura, os efeitos de disposição legal que conceda anistia, remissão, isenção ou qualquer outro tipo de benefício ou incentivo que envolva matéria tributária.

§ 2º - Os direitos deferidos neste artigo terão por princípio a transparência da concessão, devendo a Câmara Municipal publicar periodicamente a relação de beneficiários de incentivos, respectivos montantes, a justificação do ato concessivo e o prazo do benefício.

§ 3º - Os benefícios a que se refere este artigo, excluídas as imunidades, serão concedidos por prazo determinado.

§ 4º - Ficam estendidas às entidades de cultura, recreativas, de lazer e esportivas, sem fins lucrativos, as imunidades consagradas no art. 150, VI, "c", da Constituição Federal.’

O Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre dispõe no art. 85: ‘A Câmara Municipal deliberará pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores, salvo as seguintes exceções:

I - dependerá do voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara a aprovação das seguintes matérias: a) dispostas no art. 82, § 1º, da Lei Orgânica; b) concessão de anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício ou incentivo, previstos no art. 113 da Lei Orgânica; c) proposição vetada; d) realização de operações de crédito previstas no inciso III do art. 122 da Lei Orgânica; e) eleição dos membros da Mesa; f) perda de mandato de Vereador;

II - dependerá do voto favorável de dois terços dos membros da Câmara a aprovação das seguintes matérias: a) previstas no art. 82, § 2º, da Lei Orgânica; b) Emenda à Lei Orgânica.’

Esta Comissão de Constituição e Justiça entende que a Legislação acima referida aplica-se ao Projeto nº 256/06, por tratar-se de isenção, portanto, requerida a maioria absoluta para a sua aprovação.

A Emenda nº 01 apresentada ao Projeto, com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01, reforça esse entendimento, deixando claro que se trata de matéria de isenção prescrita nos artigos acima referidos. Sala Ruy Cirne Lima, 11 de abril de 2007. Relator: Ver. Mario Fraga. Aprovado com voto favorável de todos os membros presentes na Comissão.”

Portanto, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, coloco em votação o presente Projeto.

Em votação nominal, o PLL nº 079/05. (Pausa.) Dezoito Votos NÃO. Dezoito Vereadores presentes. Portanto, não há quórum.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h04min.)

 

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